quarta-feira, 15 de abril de 2015

MP-PI investiga indicações políticas no Hospital Regional de Amarante


MP-PI investiga indicações políticas no Hospital Regional de Amarante

Órgãos fiscalizadores precisam atuar também no hospital dos municípios de Piripiri e Campo Maior

É preciso a realização de concursos públicos para diretores de hospitais no Piauí e demais cargos com o objetivo de por fim à politização de uma das áreas mais sensíveis de um governo, a Saúde, procurando inibir assim o que está ocorrendo em hospitais regionais como o de Piripiri e o de Campo Maior, eivados por críticas em suas atuais gestões, mas cujos gestores são defendidos para manutenção de acordos políticos prévios.
Os gastos que viriam a ser feitos pelo governo para realização de um concurso serão somente para elaboração do certame. O que se denota, falta somente vontade política, portanto. Uma vez que os cargos já existem e estão ocupados por apadrinhados políticos. Não é só o trabalho que estão realizando esses gestores citados que está em cheque, mas a forma como são escolhidos esses nomes.
EM AMARANTE, O MINISTÉRIO PÚBLICO ABRIU INVESTIGAÇÃO
No município de Amarante, por exemplo, a situação ganhou contornos mais preocupantes ainda. O Ministério Público está suspeitando que o atual arranjo administrativo nas dependências do Hospital Regional Dr. Francisco Aires Cavalcante já está sendo feito pensando vislumbrando as próximas eleições.
Por isso o promotor público Afonso Aroldo Feitosa Araújo, “visando à instrução do Procedimento Investigatório Preparatório de Inquérito Civil” solicitou do atual gestor do hospital regional do município, Luiz Antônio, que encaminhe no prazo de 10 dias úteis, à Promotoria de Justiça, “leis de criação de cargos públicos do Hospital Regional Dr. Francisco Aires Cavalcante” e a “relação dos servidores públicos concursados e contratados com indicação da data e forma de admissão (se por concurso público ou não), e qual cargo ocupam”.
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SUSPEITA É DE QUE ARRANJO É PARA FUTURA COMPRA DE VOTOS
A coisa é tão séria que o promotor suspeita que os atuais nomes que estariam sendo postos no hospital tenham como fim angariar apoio político para a "compra" de futuros votos nas próximas eleições municipais. É a Saúde sendo tratada como moeda de troca política, segundo o Ministério Público.
“A constatação feita por esta Promotoria de Justiça da Comarca de Amarante-PI, [é] no sentido de que há fortes elementos indicadores de desrespeito da administração pública no sentido da retirada imotivada dos servidores e prestadores de serviços no Hospital Regional Dr. Francisco Ayres Cavalcante. Usando o Hospital para manipular futura compra de votos para as próximas eleições”, argumentou.
RETORNO DE FUNCIONÁRIOS DEMITIDOS
Outra consideração feita através do pedido de informação do promotor diz respeito à “situação dos funcionários terceirizados, exonerados irregularmente do Hospital Regional Dr. Francisco Ayres Cavalcante, no sentido de contato com a Empresa para regularizar a situação dos mesmos ou o retorno imediato dos mesmos às suas funções até término do contrato ou ulterior deliberação, em razão do Princípio da Moralidade Pública e motivação do ato”.
Um abaixo assinado que já conta com mais de 200 assinaturas pede a saída do diretor regional do Hospital Chagas Rodrigues, localizado no município de Pipipiri. O documento é assinado tanto por funcionários do hospital como por populares do município.
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Entre as alegações para pedir a saída do gestor Ricelle Weslley Oliveira Barbosa está a de “perseguições” aos funcionários e a de “ingerências”. O gestor não é da cidade e está à frente do posto desde janeiro por mera indicação política.
“Nestes poucos meses estamos sentindo que a situação aqui com ele pode piorar. Não queremos que aconteça aqui o mesmo que aconteceu no Hospital Regional de Campo Maior”, sustentam, ao alegarem que no hospital de Campo Maior, Ricelle, ao sair, não teria deixado as finanças em dia.
Várias demissões já foram efetuadas. Todas por caráter político, o que denota a falta de comprometimento do governo estadual com a Saúde no estado, ao submeter um dos setores mais sensíveis da administração pública aos ditames e sabores das conveniências de plantão.
Outro ponto é a cobrança sem oferecer a estrutura necessária. “Ele quer que a gente obre milagre sem poder. Sem falar que os gastos com transportes individuais estão muito altos”, disse um funcionário sob a condição de anonimato, sugerindo que o dinheiro público esta sendo mal gerido. O portal apurou que um veículo de suporte do hospital está com o motor batido.
Há ainda relatos de atrasos salariais e não pagamento de meses do governo anterior. Já sobre os argumentos de que haveria uma redução do quadro funcional para enquadramento real das necessidades do hospital, uma contradição.
“Ele [Ricelle] fala em enxugar a folha, mas não sei como é que se enxuga demitindo um e botando dois, levando para lá gente de Campo Maior”, revela a mesma fonte.
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MENTALIDADE RETRÓGRADA
A nomeação de Ricelle Weslley Oliveira Barbosa é, na verdade, fruto de um acordo político ainda de campanha. Como não pode ficar em Campo Maior, foi remetido para Piripiri.
POPULAÇÃO QUER ALGUÉM DE PIRIPIRI E QUE SAIBA GERIR
O ex-candidato a deputado estadual conhecido pelo nome de Dr. Pinto, do PTC, que é médico, conhecido em Piripiri, e que se propôs a apoiar Wellington Dias últimas eleições, ao ser procurado pelo 
portal, disse que para acabar com o impasse já sugeriu ao Palácio de Karnak até o nome de um petista da região para o posto de direção do hospital, “de lá mesmo do município [de Piripiri] e não de fora como o atual”.
‘Mas eu nunca fui atendido”, relatou.
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fonte 180graus.com