Militares apontam situação desumana e caos em batalhões
Um relatório sobre a situação dos alojamentos nos Batalhões de Polícia Militar na capital apontou uma série de problemas estruturais que vão desde a colchões velhos e fedidos à coletes balísticos fora do prazo de validade. E a situação é ainda pior nas unidades do interior, onde militares são obrigados a pedirem favores às prefeituras na compra de material de limpeza, o que deixa a instituição refém do poder executivo. Uma reunião nesta quarta-feira entre representantes da associação de cabos e soldados e o comando geral da polícia vai tentar resolver o problema. Caso contrário os militares ameaçam acionar o Ministério Público.
De acordo com o relatório que o portal Cidadeverde.com teve acesso, foi feita uma visita aos batalhões da capital durante o período das eleições para checar a situação dos alojamentos.
De acordo com o documento, “foram feitos registros de inadequações nas instalações elétricas e hidráulicas, sanitárias e estruturais, bem como, registro de utilização de colchões velhos e banheiros com fedentina insuportável, computadores para confecção de documentos, além de ausência de material de limpeza e de simples expediente, como folha papel, dentre outros”.
O relatório aponta ainda que foram constatadas irregularidades na quantidade de munições pagas aos militares em serviço, que seria insuficiente, bem como os coletes balísticos próximos do vencimento.
O documento, a situação é definida como “abandono social” e alerta sobre o fato de que alguns militares, diante da situação de “descaso”, acabam “enveredando pelo caminho do suicídio, do alcoolismo ou da promiscuidade”.
O cabo Agnaldo, presidente da Associação dos Cabos e Soldados, afirma que recebeu a denúncia com revolta, pois não era de seu conhecimento essa situação na capital. Ele alerta ainda que o problema não é só nas instalações físicas, mas nas viaturas também. “É um problema generalizado. A maioria das viaturas é alugada e estão todas sucateadas. As novas, se você for ver, muitas vão para a Rone ou fica diretamente para o Comando dos batalhões e as outras, sucateadas é que vão exercer a função [de proteger] da sociedade”, afirma, destacando que a situação no interior é bem pior do que na capital.
Um policial militar, que prefere não se identificar por medo de represálias- e até mesmo risco de prisão por conta da denúncia-, afirma que já foi lotado no sul do estado por vários anos e os militares são obrigados a viverem em situação desumana, principalmente nos GPM- Grupamento da Polícia Militar, que são as unidades menores nas cidades de pequeno porte e que contam com um efetivo pequeno. “Onde eu trabalhei o medo que eu tinha mesmo era do GPM cair na minha cabeça. Tem lugar que não se pode nem encostar na parede por tanto mofo, teia de aranha tomando conta. Já as viaturas, dá vontade de chorar. Pneu careca, sem freio e o banco é no arame”, relata, destacando que, apesar da situação ruim, não tinha problemas com armamento.
Além disso, o militar alega que os militares são obrigados a improvisar e sente que há muita má vontade para resolver o problema. "No interior é do jeito que dá. Em alguns lugares não tem sequer onde dormir. O cara pega um colchão desgraçado e coloca um monte de panos em cima, tem que dar os pulos, arruma uma namorada pra dormir na casa dela. O pior é que se você reclamar muito, eles mandam os colchões, um sinal de que na sede eles têm e não repassam, deixando o GPM nessa situação terrível", desabafa.
Outro problema, que segundo o militar é um dos mais graves e acaba deixando a instituição submissa é a falta de material de limpeza e expediente, o que força os policiais a pedirem “favores”. “Não vem recurso nem para a compra material de limpeza e se o PM quiser que vá adular o prefeito para ganhar o dinheiro. E o policial vai ser sempre refém do prefeito no interior, principalmente as menores. Imagina uma operação contra a prefeitura ou o prefeito? Se você precisa de um desinfetante ou detergente, tem que se humilhar na Prefeitura”, destaca, acrescentando que há uma grande dificuldade com relação ao fardamento. “O fardamento é pra vir acrescido no contracheque e no final recebe a cada ano. O problema é que você tem que se humilhar para pegar a farda e quando recebe ainda é incompleta”, desabafa.
O cabo Agnaldo, da Associação dos Cabos e Soldados, afirma que tem conhecimento da situação no interior e, inclusive com várias fotos comprovando as irregularidades. Ele alega que já fizeram doações de colchões ao interior, o que é uma obrigação do Estado, mas o problema persiste.
“Vamos tentar abrir um diálogo com o comandante geral sobre isso. Achei absurdo e desumano. Não é só aqui é no interior também. Tenho foto de GPM que está o caos. Amanhã vou tentar conversar com o comandante pra saber o que pode fazer para resolver. Já mandei documentos sobre a situação no interior e nunca foi feito nada”, destaca.
Segundo presidente da associação, caso não obtenha uma resposta do comando geral irá acionar o Ministério Público. “Isso é caso de mandar fechar um batalhão desses”, finaliza.
De acordo com o relatório que o portal Cidadeverde.com teve acesso, foi feita uma visita aos batalhões da capital durante o período das eleições para checar a situação dos alojamentos.
De acordo com o documento, “foram feitos registros de inadequações nas instalações elétricas e hidráulicas, sanitárias e estruturais, bem como, registro de utilização de colchões velhos e banheiros com fedentina insuportável, computadores para confecção de documentos, além de ausência de material de limpeza e de simples expediente, como folha papel, dentre outros”.
O relatório aponta ainda que foram constatadas irregularidades na quantidade de munições pagas aos militares em serviço, que seria insuficiente, bem como os coletes balísticos próximos do vencimento.
O documento, a situação é definida como “abandono social” e alerta sobre o fato de que alguns militares, diante da situação de “descaso”, acabam “enveredando pelo caminho do suicídio, do alcoolismo ou da promiscuidade”.
O cabo Agnaldo, presidente da Associação dos Cabos e Soldados, afirma que recebeu a denúncia com revolta, pois não era de seu conhecimento essa situação na capital. Ele alerta ainda que o problema não é só nas instalações físicas, mas nas viaturas também. “É um problema generalizado. A maioria das viaturas é alugada e estão todas sucateadas. As novas, se você for ver, muitas vão para a Rone ou fica diretamente para o Comando dos batalhões e as outras, sucateadas é que vão exercer a função [de proteger] da sociedade”, afirma, destacando que a situação no interior é bem pior do que na capital.
Um policial militar, que prefere não se identificar por medo de represálias- e até mesmo risco de prisão por conta da denúncia-, afirma que já foi lotado no sul do estado por vários anos e os militares são obrigados a viverem em situação desumana, principalmente nos GPM- Grupamento da Polícia Militar, que são as unidades menores nas cidades de pequeno porte e que contam com um efetivo pequeno. “Onde eu trabalhei o medo que eu tinha mesmo era do GPM cair na minha cabeça. Tem lugar que não se pode nem encostar na parede por tanto mofo, teia de aranha tomando conta. Já as viaturas, dá vontade de chorar. Pneu careca, sem freio e o banco é no arame”, relata, destacando que, apesar da situação ruim, não tinha problemas com armamento.
Além disso, o militar alega que os militares são obrigados a improvisar e sente que há muita má vontade para resolver o problema. "No interior é do jeito que dá. Em alguns lugares não tem sequer onde dormir. O cara pega um colchão desgraçado e coloca um monte de panos em cima, tem que dar os pulos, arruma uma namorada pra dormir na casa dela. O pior é que se você reclamar muito, eles mandam os colchões, um sinal de que na sede eles têm e não repassam, deixando o GPM nessa situação terrível", desabafa.
Outro problema, que segundo o militar é um dos mais graves e acaba deixando a instituição submissa é a falta de material de limpeza e expediente, o que força os policiais a pedirem “favores”. “Não vem recurso nem para a compra material de limpeza e se o PM quiser que vá adular o prefeito para ganhar o dinheiro. E o policial vai ser sempre refém do prefeito no interior, principalmente as menores. Imagina uma operação contra a prefeitura ou o prefeito? Se você precisa de um desinfetante ou detergente, tem que se humilhar na Prefeitura”, destaca, acrescentando que há uma grande dificuldade com relação ao fardamento. “O fardamento é pra vir acrescido no contracheque e no final recebe a cada ano. O problema é que você tem que se humilhar para pegar a farda e quando recebe ainda é incompleta”, desabafa.
O cabo Agnaldo, da Associação dos Cabos e Soldados, afirma que tem conhecimento da situação no interior e, inclusive com várias fotos comprovando as irregularidades. Ele alega que já fizeram doações de colchões ao interior, o que é uma obrigação do Estado, mas o problema persiste.
“Vamos tentar abrir um diálogo com o comandante geral sobre isso. Achei absurdo e desumano. Não é só aqui é no interior também. Tenho foto de GPM que está o caos. Amanhã vou tentar conversar com o comandante pra saber o que pode fazer para resolver. Já mandei documentos sobre a situação no interior e nunca foi feito nada”, destaca.
Segundo presidente da associação, caso não obtenha uma resposta do comando geral irá acionar o Ministério Público. “Isso é caso de mandar fechar um batalhão desses”, finaliza.