Agentes penitenciários entram em greve por tempo indeterminado
Visitas, transferências e recebimento de presos estão paralisados. Agentes denunciam sobrecarga de trabalho e cobram reformas
A categoria dos agentes penitenciários entrou em greve na manhã de hoje (11) após passarem cerca de um mês e meio em indicativo de greve. Os agentes cobram o término de obras de melhoria no sistema prisional do estado e denunciam sobrecarga de trabalho. “Cada agente faz o trabalho de 20”, afirma Kleiton Holanda, vice-presidente do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí).
Agentes penitenciários se reuniram diante da Casa de Custódia para dar início à greve (Foto: Sinpoljuspi)
A conta parece exagerada, mas Kleiton explica que a determinação do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é de que deve haver um agente penitenciário para cada cinco presos dentro do sistema prisional. “Como são cerca de cinco mil presos no Piauí e só 600 agentes, quando você faz a conta, encontra um agente fazendo trabalho de vinte”, disse o sindicalista.
As reivindicações da categoria são relacionadas às condições de trabalho. Segundo Kleiton, os agentes trabalham em número insuficiente e sem material de trabalho, como equipamentos de segurança e armamento, e viaturas sucateadas.
“Ainda falamos da superlotação, que este ano ficou ainda pior que no ano anterior. Já temos mais de 5000 presos, e não aumentou nenhuma vaga”, disse Kleiton. Os agentes também pedem que sejam concluídas diversas reformas em pelo Piauí, como em Parnaíba, Picos, e nas penitenciárias Irmão Guido e na Casa de Custódia, maior presídio do Piaui e que tem dois pavilhões em construção.
Agentes da Penitenciária Vereda Grande, em Floriano (Foto: Sinpoljuspi)
Durante o período da greve, estarão paralisadas as atividades de transferências de presos entre unidades, recebimento de presos, transporte de detentos para audiências e visitas. Os agentes continuam exercendo atividades básicas dentro dos presídios. A greve atinge a todas as unidades prisionais do Piauí. Os agentes aguardam o governo do Estado para dialogar sobre as reivindicações.