sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

EXCLUSIVO: esquema no Ministério Público serviu para comprar fazendas

EXCLUSIVO: esquema no Ministério Público serviu para comprar fazendas

Veja mais sobre o esquema desde o desvio do dinheiro até a compra de carros e apartamentos de luxo e propriedades interioranas

O ESQUEMA PELA OPERAÇÃO lL CAPO (O Chefe, em referência à máfia)
- Ex-mulher de Emir Martins funcionava como “central de arrecadação”...
- Já parentes do ex-PGJ funcionava como verdadeiros “testas de ferro”...
- Motorista de Emir Martins recebia R$ 10 mil, mas devolvia todo o valor...
- Ação sobre o caso na justiça do Piauí se movimenta a passos de tartaruga...
- Os Gráficos: Emir passou a ostentar patrimônio incompatível com sua renda...
- Ex-PGJ passou a comprar carros caros, apartamentos de luxo e sítios...
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QUE “GLÓRIA”
– EMIR MARTINS NÃO ERA ADEPTO DAS ‘MALAS’, COMO MUITOS NO ESTADO E NO BRASIL. TUDO SERIA CONTA A CONTA. FOI PEGO!

A ação penal de autoria do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) contra o ex-procurador-geral de Justiça Emir Martins informa que ele teria recebido só do Ministério Público no período investigado a cifra de R$ 1.589.132,96. Ocorre que deste montante, R$ 979.911,29 seriam “ilegais”. Esse período diz respeito aos dois mandatos de PGJ exercidos por ele entre os anos de 2005 a 2008.
“Apurou-se, entretanto, diferença de valores entre o que Emir Martins recebia efetivamente pelo MPPI (depósito em banco, realizado com supedâneo no arquivo TXT) e o que constava como devido (lícito) na folha de pagamento apresentada ao CNMP (Conselho Nacional de Justiça)”, diz a denúncia. Havia folhas paralelas.
“De acordo com a análise do GAECO/MT (Mato Grosso) sobre a folha de pagamento do MPPI, era devido ao Emir, a título de salário, entre 2005 e 2008, a quantia de R$ 609.221,67, em valor da época. Dessa feita, Emir teria recebido indevidamente, do MPPI, a quantia de R$ 979.911,29, em valores atualizados", constataram as investigações.

Emir Martins é apontado com o principal beneficiado do esquema de lavagem de dinheiro que ocorria, de forma impressionante, dentro do próprio Ministério Público.
“Restou devidamente demonstrado que Emir, quando PGJ, gerenciou diretamente a folha de pagamento da Instituição, escolheu e nomeou, sem qualquer critério e formalidade, estagiários e comissionados, que serviram de “laranjas” para o esquema, nomeou diversos parentes no MPPI, dentre filhos, cunhados, nora, genro, e a própria esposa, totalmente ao arrepio da norma em vigor", concluíram.
A EX-MULHER ERA QUEM ARRECADAVA
Segundo o GAECO, “há indícios fortes, também, de que a ex-esposa de Emir, Srª Maria da Glória, ora investigada, funcionava como uma espécie de ‘central de arrecadação' dos valores recebidos por estagiários e comissionados nomeados pelo PGJ Emir. Não à toa, há intensa movimentação bancária nas quais figuram como remetentes ou destinatários a srª Maria da Glória e os demais investigados”.
Havia ainda os chamados parentes “testas de ferro”. “Uma vez transferidos os salários, os parentes 'testas de ferro' transferiam os valores para Maria da Glória e os demais investigados”, relata a denúncia.
“Parte destes valores desviados retornou diretamente para Emir Martins Filho. Tomemos como exemplo uma transferência de R$ 52.000,00 (cinquenta e dois mil reais), em 29/07/2009, realizada por Maria da Glória em favor de Emir Martins Filho, conforme extrato bancário do investigado”, complementa.

A SOBRINHA DE MARIA DA GLÓRIA: HAGY
A denunciada Arminda Hagy Sauders, nomeada para ser assessora de gabinete, e que vem a ser sobrinha da ex-mulher de Emir Martins, a Glória, “recebia, a título de vencimento", valores altíssimos, tais quais R$ 7.000,00, R$ 10.000,00, 15.000,00, 17.665,00, R$ 19.600,00 e até 22.866,67.
“Ocorre que, logo em seguida ao depósito dos salários, havia saques em quantias iguais ao valor do vencimento recebido pelo MPPI, todos realizados na agência Itaú Unibanco Rio Poti. E no mesmo dia, o mesmo valor sacado da conta bancária de Arminda Hagy era depositado na conta corrente 8204461, Ag. 1430, Banco Unibanco, do denunciado Emir”, traz a peça de acusação.

“FUNCIONÁRIA FANTASMA”
Detalhe: Arminda Hagy não residia em Teresina, mas sim em Fortaleza, no estado do Ceará. “Assim como Arminda, Emir agiu com os demais investigados, numa trama de ocultação de capitais”, conclui o GAECO.
MOTORISTA DE EMIR MARTINS RECEBIA R$ 10 MIL E DEVOLVIA

Samuel Pacheco, o motorista do então procurador-geral de Justiça, rercebia a quantia de R$ 10.000,00 mensais do Ministério Público Estadual (MPPI). “No dia seguinte ao pagamento, todo o valor era sacado na agência Itaú Unibanco Rio Poti, e, no mesmo dia, era depositado na conta bancária de Emir", afirmam os promotores que investigaram o caso.
PATRIMÔNIO DO PGJ ERA INCOMPATÍVEL COM SUA RENDA
O GAECO acabou por concluir que o colunável Emir Martins - disputado por vários colunistas sociais no estado, começou a ter um patrimônio incompatível com sua renda, o que também levantou suspeitas.
_Gráfico com a evolução de patrimônio de Emir Martins, segundo a denúncia...

“Neste período em que foi Procurador Geral de Justiça, evidenciou-se que o investigado Emir Martins Filho passou a ostentar patrimônio incompatível com suas rendas, conforme já alertava a testemunha Jeromildo Rodrigues, quando informou que o referido investigado, mesmo após um divórcio, tendo deixado apartamento e veículo para a ex-esposa, passou a comprar veículos caros, sítios e apartamentos caríssimos”, relatou.
Para o GAECO, “tais fatos, posteriormente, foram comprovados após observar a movimentação bancária do investigado EMIR e de seus familiares que receberam direta e, algumas vezes, indiretamente, vultosa quantia advindas dos cofres do MPPI”.
O caso tramita a passos lentos na justiça estadual. Um ano após a denúncia, os envolvidos mal foram citados.
************ VEJA MATÉRIAS ANTERIORES SOBRE A DENÚNCIA QUE CAMINHA A PASSOS LENTOS NA JUSTIÇA DO PIAUÍ

fonte 180graus.com