Advogada denuncia que capitão assassino está tendo proteção política
Um político tenta 'ajeitar' a aposentadoria do matador de Camilla Abreu
A advogada Ravenna Castro denunciou no seu perfil do Facebook, cuja postagem se deu ainda na madrugada desta quinta-feira (03), que um candidato à reeleição estaria organizando o processo de aposentadoria do capitão Allisson Wattson, preso pela acusação de assassinato contra a estudante de Direito Camila Abreu, no dia 26 de outubro do ano passado.
Sem citar nomes, a advogada que está acompanhando o caso em defesa da família da vítima, informou que o dito candidato teria ido até a Procuradoria Geral do Estado para buscar informações sobre o processo, sendo que, segundo Ravenna Castro, "está tudo pronto para colocá-lo na reserva remunerada".
Veja a publicação abaixo:
“Quantos votos vale a vida de alguém?!!!! Piauí, um estado onde o crime realmente compensa!!! Essa reeleição vai ser a custa de sangue inocente. Governador, o sr. vai participar desse velório e ainda vai ajudar a levar o caixão????”, desabafou Ravenna Castro.
Processo de expulsão já está no Palácio de Karnak
A Polícia Militar do Piauí através do Conselho de Justificação decidiu expulsar o capitão Allisson Wattson, em fevereiro desse ano. A decisão da corporação foi encaminhada à Procuradoria Geral do Estado que emitiu um parecer sobre o caso e repassou para a assessoria jurídica do Palácio de Karnak, para que, posteriormente, seja assinado pelo governador Wellington Dias.
Entenda o caso
A estudante de Direito Camilla Abreu, 21 anos, foi assassinada na madrugada do dia 25 de outubro do ano passado. Seis dias depois, o corpo da jovem foi encontrado, durante as investigações da equipe da Delegacia de Homicídios, que foi levada até o local pelo próprio autor do crime, o ex-capitão da Polícia Militar Allisson Wattson.
Allisson Wattson era namorado da vítima e já possuía um histórico de ser agressivo em seu relacionamento com a moça. Ele confessou à polícia que atirou na estudante quando estavam em seu veículo. O crime ocorreu próximo ao povoado Mucuim, estrada que liga Teresina a Altos.
O acusado alega em seu depoimento que depois de uma discussão com Camilla, a moça teria pegado sua arma e que, para se defender, a arma teria disparado acidentalmente no rosto da moça.
De acordo com o delegado Baretta, o suspeito confessou detalhes do crime e tentou desqualificar suas ações, alegando que Camilla teria o provocado. “Ele tenta desqualificar suas ações, mas nada que ela fizesse ou dissesse justificaria. Ele disse que teve uma discussão. São coisas que ele fala na versão dele, mas que a polícia não acredita, até por que as provas dizem o contrário. Em nenhum momento ele se mostrou arrependido” afirmou o delegado.
Allisson Watsson responderá pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Pena essa que não deve ser mínima a 15 anos de prisão. Ele deverá ser submetido a Júri Popular até junho desse ano.