Gerência da SASC classifica morte de travesti como transfobia
Caso da travesti Paola Araújo reacende a luta por direitos e contra a homofobia e transfobia.
Os grupos de defesa dos direitos LGBT do Piauí se manifestaram repudiando o ato de violência que vitimou a travesti Paola Araújo, morta na noite do último domingo (06) às margens da BR-316, zona sul de Teresina.
Segundo a Gerente de Enfrentamento a Homofobia da SASC, Joseane Borges, é um dos estados que mais mata travestis no Brasil e o caso de Paola trata-se também de um crime de transfobia, onde a vítima foi morta somente por ser homossexual. Desde 2015 crimes do tipo não ocorriam no estado que, segundo Joseane, se deve às políticas públicas desenvolvidas ao longo dos anos para evitar morte de travestis e transexuais.
“Nós recebemos com bastante tristeza essa noticia e vimos esses requintes de crueldade, estamos levando como um caso de transfobia , porque independente de ter sido homem ou mulher, quem fez isso com a Paola foi com requintes de crueldade por ela ter uma identidade de gênero diferente”, explica Joseane.
Ainda segundo a gerente, a transfobia ainda é vista e comumente noticiada em todo o país. No Piauí os baixos números de ocorrências nos últimos anos se dá devido ao trabalho do poder público e que agora conta com parceiros, como a Secretaria de Segurança, Secretaria de Educação e Secretaria de Assistência Social e desenvolve programas para desenvolver o respeito às travestis e transsexuais, como o programa “Respeitar é preciso”, desenvolvido em escolas de tempo integral. Mesmo com o esforço, Joseane afirma que outras políticas de busca pelo respeito e igualdade ainda não são garantidas em sua totalidade.
Joseane Borges, Gerente de Enfrentamento a Homofobia da SASC. (Foto: Elias Fontenele/O Dia)
“São políticas que existem, mas que ainda não estão sendo garantidas em sua totalidade. É um controle social que a gente tem que ter mais ativo. Está dando certo, mas estamos vendo que ainda tem falhas. O poder público tem falhas, mas a sociedade civil tem que fazer esse controle”, afirma a gerente de enfrentamento a homofobia, Joseane Borges.
A falta de políticas específicas ainda é uma das causas do alto número de casos de transfobia, segundo Joseane. Sobre o caso de Paola Araújo, a gerente explica que a equipe está acompanhando a investigação do caso, que é conduzido pela DHPP (Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa).