SESAPI deixa faltar medicamentos e compra sem licitação
SECRETÁRIO ASSINOU contratos de R$ 4 milhões com onze laboratórios e distribuidores
Enquanto muitos cidadãos estão com dificuldades para a recuperação de seu estado de saúde física e mental, devido à falta de medicamentos na Farmácia de Medicamentos Excepcionais, a Secretaria Estadual de Saúde recebe pressões por todos os lados por causa do mau planejamento que impediu a finalização da licitação para a compra de medicamentos. O medo de isso acontecer já existia, quando a SESAPI anunciou que iria fazer uma “otimização” na lista de remédios, reduzindo de mil para 600 medicamentos em sua lista. O resultado é que, os medicamentos estão faltando, a licitação não foi concluída e a SESAPI se viu “obrigada” a comprar R$ 4 milhões diretamente dos laboratórios, sem licitação.
Vários extratos de compras de medicamentos, através de dispensa de licitação, foram publicados no Diário Oficial do Estado do dia 09 de setembro. Os valores mais baixos são de pacientes que conseguiram decisões judiciais para garantir os tratamentos. Mas, a maioria dos contratos foi justamente para atender a Farmácia de Medicamentos de Dispensação do Componente Especializado (FMDCE).
Em meio a uma situação de caráter emergencial (com dispensa de licitação), o secretário e Saúde, Francisco Costa, assinou contratos com 11 laboratórios e distribuidores. Os campeões das compras da SESAPI são os laboratórios JANSSEN-CILAG FARMACÊUTICA LTDA, que assinou contratos que somam R$ 1,2 milhãoo o ABBVIE FARMACEUTICA LTDA, que assinou contratos de R$ 930 mil. O Majela Hospitalar vai fornecer R$ 468,2 mil em medicamentos. Já o Grupo Jorge Batista assinou contrato de R$ 437 mil.
Confira a baixo, a lista com os valores dos contratados publicados no dia 09 de setembro:
O Ministério Público do Piauí, através dos promotores Cláudia Seabra e Eny Marcos pontes, tem cobrado o secretário Francisco Costa para não deixar faltar medicamentos. Ele culpa a “burocracia” pela demora na conclusão da licitação. Francisco Costa informou à imprensa após a cobrança do MP que o problema não seria a “falta de dinheiro”.
O problema é que o secretário prometeu agilizar a aquisição de medicamentos até o final do ano. Mas, pra quem está doente e na fila, é difícil ficar esperando.
A gestora pediu a ajuda de Ciro Nogueira e Assis Carvalho no sentido de agilizar as demandas tanto para a conclusão de três unidades básicas e uma academia de saúde no município
A prefeita de Altos, Patrícia Leal, se reuniu o senador Ciro Nogueira (PP) e com o deputado federal Assis Carvalho (PT) para cobrar a liberação de recursos para obras nas áreas de saúde e infraestrutura do município. Os encontros aconteceram nessa quarta-feira (28) em Brasília.
A gestora pediu a ajuda dos parlamentares no sentido de agilizar as demandas tanto para a conclusão de três unidades básicas e uma academia de saúde no município quanto para a liberação dos recursos, na ordem de R$ 1 milhão, para a segunda etapa do plano de pavimentação.
Imagem: DivulgaçãoEm reunião com Ciro Nogueira e Assis Carvalho, Patrícia Leal cobra investimentos para Altos
“A liberação desses recursos é de suma importância para concluirmos as unidades que faltam e dar prosseguimento ao plano de pavimentação. Contamos com a ajuda dos parlamentares, que vêm contribuindo bastante para agilizar as demandas de Altos, para dar continuidade às obras”, afirma Patrícia Leal.
Também participaram das reuniões com os parlamentares o secretário de Administração de Altos, Warton Lacerda, e o deputado estadual Wilson Brandão (PSB).
Acilino Ribeiro é réu em ação penal na Justiça Federal no Piauí
Acilino ocupa atualmente o cargo de Subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular, da Secretaria de Estado de Relações Institucionais e Sociais do Distrito Federal.
A Justiça Federal designou para 11 de dezembro de 2015 o interrogatório do ex-superintendente do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, Acilino José Ribeiro de Almeida, réu em ação penal acusado de crimes da Lei de Licitações que tramita na 3ª Vara Federal da Seção Judiciária do Piauí. Também serão ouvidos na mesma oportunidade os demais réus: Francisco Edimar de Andrade e Francisco das Chagas Barbosa.
Imagem: DivulgaçãoAcilino Ribeiro
Acilino Ribeiro ocupa atualmente o cargo de Subsecretário de Movimentos Sociais e Participação Popular, da Secretaria de Estado de Relações Institucionais e Sociais do Distrito Federal.
Amigo do ex-ditador líbio Khadafi
Acilino Ribeiro, autodenominado de "ex-guerrilheiro", se dizia amigo e seguidor do ex-ditador líbio Muammar Khadafi e afirma ter pertencido à guarda pessoal de segurança de Khadafi. Hoje com 62 anos, Acilino vive em Brasília, mas conheceu como poucos o regime autoritário da Líbia. Por força da militância internacional, o brasileiro acabou integrando o seleto grupo de seguranças que formavam o escudo humano de proteção física ao ditador. Em Trípoli, além de integrar a escolta pessoal de Kadafi, ele fez treinamento militar e conviveu com ativistas de outros países.
Outro lado
Procurado pelo portal, Acilino Ribeiro afirmou que ainda não foi notificado sobre o interrogatório, mas garante que comparecerá a audiência. Ele declarou que a ação diz respeito a uma contratação de prestação de serviço sem licitação. “Recordo-me que o chefe da sessão de compras e serviços, autorizou o serviço enquanto eu estava viajando. Quando cheguei perguntei se tinha licitação e não havia. Então eu não autorizei. Eles queriam pagamento adiantado, como não foi feito, eles também não realizaram o serviço”, relatou.
O município de Miguel Alves receberá, no dia 4 de novembro, uma série de serviços de saúde e beleza voltada para o público masculino, com o intuito de conscientizá-los sobre os perigos do câncer de próstata. Os atendimentos acontecerão no Posto SOS, de 8h às 13h.
Equipes de Saúde realizarão testes rápidos de Antígeno Prostático Específico (PSA), atendimento médico, atendimento odontológico, palestras, entre outros serviços. A prefeita de Miguel Alves, Salete Rêgo, destaca a importância da campanha. “Novembro é o mês de conscientização e prevenção ao câncer de próstata. A campanha incentiva o público masculino a procurar atendimento médico. Com o diagnóstico precoce, através de exames preventivos, as chances de cura são de, aproximadamente, 90%”, afirma. Confira a lista de serviços oferecidos durante o Novembro Azul: - Dia de Beleza: corte de cabelo masculino - Teste rápido de Antígeno Prostático Específico (PSA) - Atendimentos odontológicos - Atendimentos em urologista - Atendimento médico geral - Palestra “Combate ao Câncer de Próstata” - Atividade laboral com educador físico - Eletrocardiograma - Vacinas - Ultrassonografia - Aferição de pressão - Teste de Glicemia - Expedição de cartão do SUS
Às 19h do dia 9 de abril de 1991, o então prefeito de Redenção do Gurgueia, no extremo sul do Estado, Joaquim Fonseca Santos, estava jogando dominó quando foi assassinado pelas costas com um tiro de escopeta. Vinte e quatro anos depois, os sete suspeitos pela morte do prefeito continuam sem sentença.
No próximo dia 24 de novembro, cinco dos sete réus vão a júri popular pelo assassinato de Joaquim Fonseca, crime que chocou o sul do Estado. O julgamento será comandado pelo juiz Rafael Mendes Palludo no Fórum de Redenção do Gurgueia, a 691 km de Teresina.
No banco dos réus estarão: Antônio Tavares de Sousa, o Antoninho, o ex-vereador Gabriel Soares Mendes, o então motorista na época do prefeito, Edvaldo Alves Feitosa, o Didi e Salvador Roberto de Amorim, Aldemício de Sousa Nunes. O sexto suspeito de morte de Joaquim Fonseca é Termozires Barros Torres, que faleceu e foi retirado do processo.
No processo, o advogado Dilson Marques Fernandes, que é marido de Eunice Macedo, e era vice-prefeita de Joaquim Fonseca, é suspeito de ser o mandante do crime. Na investigação, há indícios de que o assassinato ocorreu por questões política.
A ação de Dilson Fernandes foi desmembrada do restante e ele recorreu para Brasília contestando decisão da justiça do Piauí.
Fórum sem estrutura
O advogado Silas Barbosa de Menezes, que defende um dos réus no processo, vai solicitar que o julgamento aconteça em Bom Jesus, já que o fórum de Redenção do Gurgueia não tem estrutura.
“A comarca de Redenção não tem estrutura funcional para receber um júri de tamanha importância, com vários advogados e réus. O espaço é pequeno, embora o fórum tenha passado por reforma, não há estrutura para o julgamento”, ressaltou o advogado, que defende o réu Antoninho.
A secretaria do Fórum de Redenção do Gurgueia informou que o local para o julgamento não foi definido e que possivelmente será realizado no Polo da Universidade Aberta, que fica no bairro Santo Antonio.
O convite foi formalizado nesta quinta-feira, 29, numa reunião do ex-governador Zé Filho (PMDB) com o presidente estadual do PPS, Celso Henrique, que saiu do encontro com a possível adesão. A filiação de Zé Filho ao PPS seria acompanhada por todo o grupo político liderado pelo ex-governador. Num momento momento, até mesmo a deputada estadual Juliana Moraes Souza poderá seguir o mesmo caminho. No PPS, Zé Filho disputará uma vaga na Câmara Federal em 2018. O ex-governador e presidente da Fiepi (Federação das Indústrias do Piauí) não anda muito satisfeito com o PMDB, principalmente com a aproximação do partido ao governo do Estado.
O governo deverá lançar, até o final deste ano, uma tabela de pagamento dos servidores que será referência para os três próximos anos (2016, 2017 e 2018). A informação é da Secretaria da Fazenda do Estado. O estudo já está sendo realizado pela equipe econômica e visa dar mais tranquilidade ao servidor e garantir a transparência dos pagamentos.
O secretário da Fazenda, Rafael Fonteles afirmou que existe um esforço do governo para que os salários estejam disponíveis a todos os servidores até o quinto dia útil do mês, como acontecia até o ano passado. "No próximo ano, isso ainda não será possível, mas em 2017, com certeza será", declarou. Hoje, a tabela de pagamento vai até o 13° ou 14° dia útil de todo mês.
Polícia prende duas pessoas após perseguição na zona Sul
Dupla havia roubado um carro no Santa Fé e cruzou com uma viatura durante a fuga.
Policiais da 2ª CIA de Policiamento do Promorar conseguiram prender duas pessoas suspeitas de terem roubado um carro no bairro Santa Fé, zona Sul de Teresina. Um deles, identificado como Rafael Guerra, estava armado com um revólver calibre 38 e confessou que usaria o veículo para cometer assaltos na Capital.
De acordo com o capitão Silas, comandante da PM do Promorar, Rafael e um comparsa abordaram um senhor que chegava em casa por volta das 13 horas quando ele entrava com o carro em sua garagem. “Eles andavam a pé, apontaram a arma e mandaram ele descer. Então tomaram o carro e seguiram no sentido do Centro pela Avenida Henry Wall de Carvalho, mas cruzaram com uma viatura que se dirigia justamente para atender à ocorrência do assalto”, relata o capitão.
O PM relata que as descrições do carro roubado batiam com a do veículo avistado e que os dois suspeitos empreenderam fuga quando viram a viatura de aproximando. “Eles aceleraram e nós tivemos certeza que se tratava do veículo subtraído. Então iniciamos acompanhamento e conseguimos fechar o cero nas proximidades do 6º Batalhão”.
Com Rafael e seu comparsa a polícia apreendeu um revólver calibre 38 com cinco munições intactas. O veículo, um Fiat Strada de placa PII-3192, foi levado para a Central de Flagrantes junto com os presos.
Solidariedade é a melhor alternativa para deixar o trânsito mais seguro
No trânsito, alguns parecem esquecer que estão em um espaço de todos.
Buzinar desesperadamente quando se está em um engarrafamento, invadir a preferencial, fechar o cruzamento, parar na faixa de pedestres... No lugar da solidariedade, o egoísmo. Ao invés de ceder, impedir. Ajudar por quê? Se todos estão sempre com pressa? No trânsito, alguns parecem esquecer que estão em um espaço que teoricamente pertence a todos. Sim, apenas teoricamente, pois a lista de práticas intolerantes é extensa e contribui para tornar o tráfego mais difícil a cada dia.
Intolerância no trânsito contribui para tornar o tráfego mais difícil a cada dia
A explicação, segundo a psicóloga especialista em trânsito, Márcia Mattos, é a ausência de uma educação consciente. “Não falta informação. As pessoas sabem o que é permitido, quais são as infrações que cometem. Falta é solidariedade. Impera somente a vontade do indivíduo naquele momento”, destaca a psicóloga.
Para ela, tudo depende de um processo educativo e, por isso mesmo, só será possível resolver os problemas em longo prazo, com as experiências e o amadurecimento dos envolvidos. “Nosso dirigir revela a identidade da nossa personalidade. Se somos desatentos ou apressados, é assim que vamos agir no espaço público. O trânsito não é o gerador de problemas e de comportamentos, mas um instigador para quem já tem a tendência à intolerância”, explica a especialista.
Fotos: Jailson Soares/ODIA
Pedestres, cadeirantes, ciclistas e motociclistas têm direitos desrespeitados no trânsito
Nessa disputa, quem sofre são os mais vulneráveis. Crianças, idosos, cadeirantes, pedestres em geral, ciclistas, motociclistas perdem o direito a um trânsito seguro. Por outro lado, os motoristas de veículos automotores não podem ser considerados como vilões. Eles também são vítimas constantes da violência no trânsito e sofrem as consequências por esse espaço caótico.
Vulneráveis sobre duas rodas
Se o trânsito fosse realmente democrático, as pessoas que dependem de bicicleta ou moto como meio de transporte não precisariam se preocupar. No entanto, a realidade é oposta, com motoristas de automóveis, motociclistas e ciclistas mantendo um embate histórico. Apontar culpados, porém, não tem se mostrado a forma mais adequada para diminuir os números de acidentes; e se locomover sobre duas rodas permanece sendo um risco constante.
Segundo dados disponíveis no projeto Vida no Trânsito, em 2013 e 2014, 1.632 pessoas sofreram acidentes fatais ou graves quando usavam bicicleta ou moto como meio de transporte. Os números representam em média mais de uma vítima a cada doze horas, somente em Teresina. Ao todo, 183 pessoas morreram.
1.632 pessoas sofreram acidentes fatais ou graves quando usavam bicicleta ou moto
A morte quase foi o destino de Kelson Barros, 33 anos. Ele sofreu um acidente há sete meses, quando passava em frente à Expoapi, na BR-316. Era um dia chuvoso e o motociclista seguia em direção ao povoado Santa Teresa, na zona rural de Teresina. “Um homem de carro entrou na contramão, sem sinalizar. Se eu não estivesse de capacete, não contaria a história”, relembra Kelson.
O motociclista permaneceu 20 dias internado, perdeu uma perna e quase fica sem os movimentos do braço. Já o passageiro, um amigo de Kelson, ficou com mobilidade reduzida. O motorista do carro não sofreu ferimentos. “Ele ainda tentou fugir, mas não conseguiu porque as pessoas impediram”, conta a vítima.
Além das consequências físicas, Kelson não poderá desenvolver a mesma atividade profissional. Por enquanto, ele está afastado da empresa onde trabalhava como motorista. “Esse acidente vai me atrapalhar até o último dia da minha vida. Eu estou reaprendendo a andar e me preparando para colocar uma prótese. Sei que vou precisar me adaptar a outra profissão”, lamenta Kelson, que faz tratamento de reabilitação físico-motora no Centro Integrado de Reabilitação (Ceir).
Início da travessia da Ponte Metálica é um dos locais mais perigosos para ciclistas
Ainda mais vulneráveis do que os motociclistas são os ciclistas. Prova disso são os dados do projeto Vida no Trânsito. Eles revelam que 62,5% dos acidentes fatais com bicicleta, em 2013 e 2014, envolveram carros ou motos. Em relação aos acidentes graves, o percentual de envolvimento dos mesmos veículos em ocorrências com ciclistas sobe para 80%.
Um dos locais bastante perigosos para os ciclistas é o início da travessia da Ponte Metálica, que dá acesso à cidade de Timon. Além do grande fluxo de carros e motos, ainda existe a linha férrea. O risco é agravado porque a ciclovia, para quem vem do município maranhense a Teresina, não tem continuidade. O mesmo problema não acontece do outro lado da ponte, onde o espaço destinado aos ciclistas segue até a avenida Maranhão.
Ciclovia garante aos usuários a travessia segura entre as cidades de Teresina e Timon
Antonio Carvalho Silva usa a bicicleta como único meio de transporte diariamente. O percurso de 30 minutos de sua casa, em Timon, até chegar ao trabalho, na zona Leste de Teresina, é feito com insegurança. Ele considera que o trecho entre o final da Ponte Metálica até chegar ao Riverside é o mais perigoso, principalmente depois das 17h. “Os motoristas não respeitam. Alguns ficam com raiva, como se eu estivesse atrapalhando o trânsito”, conta o ciclista.
O sentimento de insegurança também é compartilhado por João de Deus dos Santos, que mora em Timon e trabalha à noite em uma padaria em Teresina. A avenida Frei Serafim, que não possui ciclovia e nem ciclofaixa, é a que ele considera a mais perigosa. “Eu prefiro pegar ruas menos movimentadas e seguir na contramão, porque pelo menos vejo se tiver algum motorista vindo pra cima de mim”, disse João de Deus.
O ciclista João de Deus usa a contramão para se proteger de acidentes
Para a psicóloga Márcia Mattos, a percepção dos ciclistas em relação ao desrespeito sofrido constante, está correta. “Os motoristas precisam entender que carros e motos são propriedades privadas, mas as ruas são públicas e as vidas têm que ser preservadas”, reflete a especialista.
Teresina conta atualmente com 41,8 km de ciclovias e ciclofaixas. Com a implantação do Plano Cicloviário que está sendo elaborado pela Prefeitura de Teresina, a previsão é de que esse número suba para 200 km. A proposta é fazer a integração das vias que possuem ciclovias e ciclofaixas, para que os ciclistas possam atravessar com segurança de uma zona a outra da cidade.
Crianças em risco
Mateus Felipe tinha quatro anos e achou que estava seguro ao atravessar a rua usando a faixa de pedestres. Na sua inocência de criança, ele desconhecia a falta de respeito às normas do trânsito. Descobriu tal realidade da pior forma possível, há nove anos, quando atravessava a rua em frente à escola.
Segundo a avó Fernanda Coelho Nóbrega Martins, o menino passava na faixa de pedestres com o avô e o outro irmão, e foi atropelado por uma F-1000. “Ele sabia que poderia passar por ali. O primeiro carro parou, mas o segundo não. A pancada foi na cabeça”, conta a avó.
Mateus Felipe foi atropelado por um carro quando atravessava na faixa de pedestres
Após dar entrada no hospital com risco de morte cerebral e ficar 67 dias internado, 42 deles em coma, Mateus Felipe se tornou outra pessoa. “Aos três anos ele sabia ler, falava bem e era considerado um gênio na escola”, lembra Fernanda.
O acidente infelizmente afetou a memória, a capacidade motora das pernas e dos braços e a aptidão para fazer cálculos. “Ele não guarda lembranças e não consegue somar quatro mais quatro”, disse a avó. Por outro lado, Mateus aflorou o lado musical e amoroso. “O médico disse que ele poderia desenvolver a agressividade ou a afetividade. Graças a Deus, foi o afeto que aumentou”, completa.
A família do menino não buscou por justiça porque não acredita que ela seja feita. “Lei nenhuma é capaz de punir o estrago que esse acidente causou na vida do Mateus e de toda a família. Faltou responsabilidade do motorista, mas foi uma fatalidade”, acredita Fernanda.
Fernanda Coelho vive somente para cuidar do neto, que ficou com sequelas após acidente
O caso de Mateus Felipe deu origem a um projeto de lei municipal que torna obrigatória a instalação de faixas elevatórias nas proximidades das escolas, de hospitais e de templos religiosos. De autoria do vereador Luiz Lobão (PMDB), o objetivo era reduzir os acidentes de trânsito com pedestres, principalmente crianças e idosos com dificuldade de locomoção. O projeto foi vetado no ano de 2011, pelo então prefeito Elmano Férrer (PTB), mas o vereador informou ao Portal que pretende reapresentar o projeto.
No Centro Municipal de Educação Infantil Maria José Arcoverde, no Dirceu I, o risco de uma fatalidade é iminente. Não há faixa de pedestres, redutor de velocidade ou semáforo perto da creche, que fica na esquina de uma rua estreita, em frente ao mercado do bairro. O local apresenta fluxo intenso de carros, motos e ônibus, com grande movimentação devido à existência de mais três escolas e do campus da Universidade Estadual do Piauí.
Fotos: Assis Fernandes/ODIA
Pais e responsáveis vão buscar crianças na CMEI Maria José Arcoverde, no Dirceu I
Na rua lateral à CMEI, em frente às outras escolas, existem faixas de pedestres apagadas, bem como quebra molas, que deveriam obrigar os condutores de veículos a reduzirem a velocidade. Mas não é isso que acontece.
Segundo a diretora da creche, Jane Francisca Medeira, algumas medidas foram tomadas para evitar que as crianças sejam atropeladas. “Nosso maior cuidado é para que elas não saiam correndo. Por isso, ficamos com os portões sempre fechados e só entregamos nas mãos dos responsáveis. Também pedimos aos pais que as deixem no portão, e não do outro lado da rua”, disse a diretora.
Crianças são expostas a riscos devido à falta de sinalização e à imprudência dos responsáveis
Tais cuidados são importantes, mas alguns responsáveis pelas crianças agem de forma imprudente. O Portal flagrou muitos deles indo buscar os pequenos, com idade entre três e seis anos, de moto. Alguns colocam mais de uma criança em cima do veículo, todos sem capacete.
Segundo os dados de atendimento do Samu, no mês de setembro, foram atendidas 13 crianças com idade entre três e onze anos, vítimas de acidentes de trânsito. Apenas quatro dessas ocorrências não envolveram motos. Duas vítimas foram atropeladas por carros, uma estava em um acidente entre dois carros e outra estava em um carro que se chocou contra um muro.
Em setembro, 13 crianças com idade entre três e onze anos foram atendidas pelo Samu
Os demais atendimentos envolveram acidentes de moto com carro e queda de moto, entre outros. Em um dos casos, ocorrido no dia 02/09, uma criança de quatro anos ficou ferida após um acidente com duas motos na avenida Joaquim Nelson, no Dirceu. Outra de três anos caiu da moto na localidade Boa Esperança, zona rural de Teresina, no dia 29/09. Outra da mesma idade se envolveu em um acidente de moto com animal na avenida Henry Wall de Carvalho, no dia 21/09.
Projeto de acessibilidade
As batalhas enfrentadas por pessoas com mobilidade reduzida são a prova maior de que o trânsito ainda não é de todos. Para completar um percurso curto entre sua casa a escola onde fez o 7º e o 8º ano, o cadeirante Francisco de Souza dos Santos tem muita dificuldade. O menino Luiz Gustavo também.
A rua Jornalista Antonio Diniz, onde fica a Escola Municipal Parque Itararé, no bairro Parque Ideal, tem um calçamento antigo e algumas pedras já começaram a se soltar. A calçada também não oferece as condições adequadas de acessibilidade.
Segundo Francisco, a situação se repete em vários outros lugares, como prova de que o desrespeito às necessidades das pessoas com deficiência vem de todos os lados. “A maior dificuldade que eu tenho é para entrar em estabelecimentos comerciais. Até quando tem a rampa de acesso, chega alguém e estaciona bem em cima”, reclama o cadeirante.
Diante dessa realidade, as professoras Ana Zélia Silva, Tania Virgínia Pereira e Samira Jaira da Silva decidiram desenvolver o projeto “Organizando o Trânsito na Rua da Escola”. O objetivo é conscientizar as crianças, evitar acidentes envolvendo os alunos e também conseguir - junto à Superintendência de Desenvolvimento Urbano da zona Sudeste - o afastamento da rua.
Ana Zélia conta que as sugestões partiram dos próprios alunos. “Eles fizeram atividades educativas com motoristas para melhorar o trânsito na frente da escola e também querem que a rua seja asfaltada por causa da acessibilidade dos colegas e dos moradores que têm deficiência”, conta a professora.
Atenção! Pedestre na via
A legislação determina que a prioridade no trânsito é sempre do pedestre, mas essa premissa está longe de ser adotada. A dificuldade para andar com segurança nas ruas começa pelos obstáculos nas calçadas, passando pela quantidade insuficiente de faixas de pedestres e o desrespeito dos condutores.
O projeto Vida no Trânsito revela que 53 pedestres morreram nos anos de 2013 e 2014 em Teresina. Os automóveis foram a outra parte envolvida em 50% desses acidentes e as motos estiveram em 30,8% dos casos. Ao todo, foram 197 pessoas vítimas de acidentes graves ou fatais na Capital.
Fotos: Jailson Soares/ODIA
197 pedestres foram vítimas de acidentes graves ou fatais na Capital
Dois dos locais mais perigosos para os pedestres, principalmente aqueles com mobilidade reduzida, são os cruzamentos da avenida Frei Serafim com a Pires de Castro e da Frei Serafim com a Coelho de Resende. Isso porque os semáforos nesses pontos têm apenas dois tempos, não permitindo a travessia segura em algumas ocasiões.
Cruzamento da avenida Frei Serafim com a avenida Pires de Castro
Nesse ponto do cruzamento com a avenida Pires de Castro, o sinal fecha para carros que estão no sentido leste-centro, mas abre para os veículos dobrarem na Frei Serafim ou seguirem em direção à zona Norte. O que sobra para o pedestre atravessar a via são apenas oito segundos.
De acordo com Bruno Pessoa, agente da Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito, o tempo mínimo que o semáforo deve permanecer fechado para o pedestre atravessar em segurança são 30 segundos. “O ideal é que o sinal tenha três tempos, mas isso pode diminuir o fluxo do trânsito. No caso de um semáforo de dois tempos, o percurso de quem anda a pé e quer atravessar com segurança fica mais longo”, disse o agente.
Bruno Pessoa, agente da Strans, orienta pedestres para travessia segura
Ele alerta, no entanto, que a preferência é do pedestre. Não seguir essa norma é uma infração gravíssima. “O motorista tem que respeitar a faixa de retenção, se aproximar da faixa de pedestres diminuindo a velocidade, redobrar a atenção e sinalizar para o carro de trás - com toques de freio ou pisca alerta – a intenção de parar”, explica Bruno Pessoa, acrescentando que mesmo com o sinal verde, o motorista tem que esperar o pedestre concluir a travessia.
Por outro lado, quem anda a pé e vai atravessar uma rua sem semáforo, deve indicar com o braço a intenção de fazer a travessia, ter certeza de que foi visto pelo condutor e só depois que todos os carros pararem, começar o percurso na faixa de pedestres.
Homem diz que tem empresa responsável pela contratação de shows evangélicos.
Um homem identificado como Luiz Gonzaga Monteiro Queiroz vem aplicando golpes em Teresina ao se passar por pastor evangélico. Acompanhando de uma mulher que se diz sua esposa e atende pelo nome de Francisca, o homem se apresenta como pastor da Igreja Universal e dono de uma empresa chamada El Shaday, que seria responsável pela contratação de shows evangélicos. O CNPJ da empresa, entretanto, pertence a um mercadinho localizado no bairro Real Copagre, zona Norte de Teresina.
Segundo a advogada Lidiane Valente, Luiz Gonzaga alega que as empresas representantes de artistas evangélicos só faziam negociações com outros evangélicos. “Por isso, o contrato teria que ser intermediado por ele”, disse a advogada.
A produção das artistas exige pagamento antecipado de parte dos cachês, mas o suposto pastor não repassou os valores. O golpista ainda teria falsificado um contrato, usando a logomarca da empresa representante de uma das artistas, retirado da internet.
A advogada Lidiane Valente informou que denunciou o golpe no 12º Distrito Policial. Luiz Gonzaga e Francisca serão intimados, bem como a dona da empresa El Shaday. “Precisamos saber se ela tem participação nesse golpe ou se teve apenas o CNPJ da sua empresa foi utilizado indevidamente”, disse Lidiane.
Segundo informações recebidas pelo Portal, o falso pastor já teria aplicado golpes em diversos produtores culturais de Teresina. O primeiro deles teria ocorrido há mais de dois anos, em um show no Lindolfo Monteiro.