A dona de casa Sheila Veras Cunha, 33 anos, morreu na quinta-feira(10), às 19h30 na Maternidade Dona Evangelina Rosa, após passar três dias à espera da retirada de um bebê morto em sua barriga, já com nove meses de gestação. As informações da família da vítima que mora no bairro Mafrense, zona Norte de Teresina.
De acordo com o marido de Sheila, Jean Alves, sua esposa estava em uma consulta às 10h40 da segunda-feira (07), quando foi informada pelo médico que o coração do bebê não estava batendo e que ela seria internada porque estava com a pressão alta 16 por 8.
“Eles começaram a medicá-la de seis em seis horas para que ela tivesse o bebê normal, essa medicação foi aplicada até terça-feira(08), quando decidiram marcar uma cirurgia para quarta-feira às 7h30 da noite, mas a cirurgia não foi feita pela equipe e colocaram um medicamento mais forte para ser normal. Outra equipe na quinta-feira(10) de manhã fez a cirurgia. O médico disse que não tinha acompanhado o caso, mas que o quadro era muito delicado porque a Sheila já estava em choque e teriam que retirar o útero. Quando foi à noite ela veio a óbito”, disse o marido que afirmou que o bebê foi retirado com mal cheiro e necrosado.
Ao questionarem o motivo da causa da morte, a maternidade alegou para a família que o apêndice teria estourado e provocado uma infecção generalizada.
A irmã da dona de casa, Keila Veras, disse que ainda na terça-feira quando percebeu que sua irmã não teria o bebê de parto normal e estava com muitas dores por todo o corpo, começou percorrer toda a maternidade em busca de socorro e ouviu de uma das funcionárias que a situação era normal.
“Minha irmã não teve um acompanhamento médico que evitasse essa tragédia. Se tivessem tirado o bebê assim que ela chegou, não estaríamos vivendo isso”, disse a irmã.
O parto do menino, que iria se chamar Pedro Isaac, estava previsto para o dia 20 de dezembro. Sheila tinha um filho de 13 anos.
Os parentes estão muito abalados e ainda em choque com a morte de Sheila e ainda não pensaram no que pode ser feito. O velório da mãe acontece na residência da família.
Maternidade explica o caso
O diretor-geral da maternidade Evangelina Rosa, José Araújo Brito, afirmou que será aberto um processo administrativo para investigar o caso. "Se houve negligência, vai ser apurada através da sindicância que a gente está instalando. Culpar a equipe de saúde que está dando atendimento a um paciente é muito fácil. Agora ver nos autos do prontuário das condutas adotadas se houve negligência é outro fato", declarou.
De acordo com o médico, o caso da paciente era grave. "Foi visto durante o ato cirúrgico uma apendicite supurada (apêndice já rompido) e ela já foi internada com o feto morto. Os dois podem ter sido a causa da morte." Além disso, o útero da mãe estava necrosado.
O diretor da maternidade disse ainda que todos os procedimentos adotados foram padrões em casos como esse. "O protocolo normal é induzir ao parto quando se trata de casos com o feto morto, justamente para evitar infecção. Isso foi tentado durante 48 horas e não houve resposta. Tudo indica que já em função de uma infecção, que não deu sinais clínicos", completou o doutor José Araújo Brito.
fonte cidadeverde.com