Polícia vai investigar denúncia de compra de órgãos de pessoas mortas em Teresina
O caso envolveria o técnico Valter Maranhão, que faleceu esta semana
A morte do técnico de futebol Valter Lima Vieira, o “Valter Maranhão”, 60 anos, ocorrida essa semana, em Teresina, pode resultar no desvendamento de um possível esquema de venda de órgãos humanos em Teresina. A família teria recebido, em casa, no Tancredo Neves, a visita de uma mulher antes da abertura do protocolo de morte cerebral, interessada na doação dos órgãos de Valter. Um filho do atleta desconfiou e suspendeu o protocolo de doação. A mulher sumiu misteriosamente. A Polícia vai investigar o caso.
Amigos afirmam ao Portal que familiares procuraram a Delegacia de Polícia Civil para registrar a ocorrência, mas, procurados na manhã desta sexta-feira (14), todos estavam abalados e não falaram sobre o assunto. Ainda segundo a denúncia, a família autorizou a doação de órgãos, através de uma mulher. Depois desconfiou pelo fato da mulher tê-los procurado antes da abertura do protocolo de morte cerebral. A mulher dizia que trabalhava no HUT, mas ninguém a conhece por lá.
Um filho de Valter Maranhão chegou de São Paulo e proibiu que os órgãos de seu pai fossem retirados. Quer que a polícia esclareça toda essa história.
O diretor do Hospital de Urgência de Teresina (HUT), Gilberto Albuquerque, afirmou que unidade hospitalar abriu uma sindicância para apurar o caso. Segundo ele, a mulher identificada na denúncia, que não teve o nome revelado, trabalharia na Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) e foi apresentada à família por uma pessoa com o objetivo de ajudá-los nas questões burocráticas, após o falecimento do técnico.
“Ao que parece, ela trabalha na Alepi, e se ela apareceu de boa vontade querendo agilizar o processo de doação, não sabemos ainda. Agora, se ela de fato se passou por uma pessoa da equipe do HUT, através da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT), ela será responsabilizada. Há toda uma maneira técnica de se abordar a família e dar prosseguimento aos procedimentos relacionados à doação de órgãos”, disse.
O delegado geral da Polícia Civil, Riedel Batista, afirmou, ao Portal, que o assunto é da mais extrema gravidade e que a polícia irá investigar. “Na segunda-feira gostaria que a família me procurasse para que nós possamos obter mais informações e investigar detalhadamente essa história”, pediu.