Laboratório do Hemopi identifica doadores com sangues raros
O Hemopi faz intercâmbio com os hemocentros de todo o Brasil.
O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) mantém um Banco de Doadores Fenotipados e entre eles existem alguns com tipos sanguíneos raros. Nessa quarta-feira (1º), foi enviado ao Pernambuco duas bolsas de sangue raro para serem transfundidas em uma portadora de anemia falciforme.
Fenótipos raros podem ser caracterizados pela ausência de um antígeno de alta frequência, presença de antígeno de baixa frequência, ausência de todos os antígenos de um determinado sistema ou por uma combinação pouco frequente entre antígenos.
“O tipo de sangue é vital no momento de uma transfusão. A paciente em questão possui uma combinação de 4 anticorpos, entre eles o Fy3, considerado raro, então é essencial que ela receba exatamente o mesmo sangue em uma transfusão. Fomos acionados pelo Hemocentro de Pernambuco e convocamos dois doadores registrados em nosso banco”, explica Pedro Afonso Sousa, supervisor do Laboratório de Imunohematologia do Paciente do Hemopi.
Ele explica ainda que, dependendo da população em estudo, apenas 1% pode possuir essa combinação sanguínea (Anti C, Anti S, JKB e Fy3) e que ela é mais recorrente em indivíduos negros. A paciente também recebeu bolsas proveniente dos estados do Ceará e Santa Catarina.
“O laboratório é responsável por fazer esse trabalho de fenotipagem de doadores e assim garantir cada vez mais a qualidade do sangue transfundido. E nesse processo também conseguimos identificar doadores com sangues raros”, esclarece Pedro Afonso.
Lembrando que esse intercâmbio existente entre os hemocentros de todo o Brasil possibilitou ajudar também pacientes com sangues raros aqui no Piauí, a exemplo do garoto de Canto do Buriti que possui RH Nullo e já recebeu algumas transfusões de sangue com auxílio do Hemominas.