terça-feira, 7 de abril de 2015

Corregedoria faz inspeção em cartórios no Sul do Estado e investiga funcionários do Interpi


Corregedoria faz inspeção em cartórios no Sul do Estado e investiga funcionários do Interpi

De acordo com informações do juiz auxiliar da Corregedoria, José Airton Medeiros, dois processos já foram abertos para apurar as denúncias

A Corregedoria Geral do Estado está realizando uma inspeção no Sul do Piauí para investigar denúncias de irregularidades em cartórios da região. Os alvos da ação são os cartórios das cidades de Ribeiro Gonçalves e Gilbués. De acordo com informações do juiz auxiliar da Corregedoria, José Airton Medeiros, dois processos já foram abertos para apurar as denúncias.
José Airton está na cidade de Ribeiro Gonçalves e explica que de acordo com as informações recebidas, além de funcionários dos cartórios, pessoas de dentro do próprio Instituto de Terras do Piauí (Interpi) estariam envolvidas no esquema que levou a grilagem de terras na região. “São casos de títulos e procurações que supostamente podem ter sido falsificados e adulterados para beneficiar essas pessoas”, declarou.
Existe ainda a suspeita não comprovada da participação de autoridades do Estado. As investigações tiveram início ainda no ano passado. A Polícia Federal chegou a recolher documentos na sede do Interpi para apurar as denúncias de fraudes. "São falsificações em registro de imóveis. Cria-se propriedades sem que elas existam efetivamente", explicou.
De acordo com José Airton, os processos com supostas irregularidades teriam 11 anos. Na Corregedoria, eles podem resultar em suspensão, afastamento e até cassação da serventia dos cartórios. “Se for comprovado o envolvimento dos donos desses cartórios será aberto o processo, pedindo o afastamento dessas pessoas e a nulidade das escrituras e títulos de terras”, destacou.
Em entrevista ao O Olho, ele informou que a Corregedoria não possui a dimensão exata das áreas griladas no Estado e nem o número de pessoas envolvidas. “As investigações que estão sendo realizadas devem nos responder com exatidão esses questionamentos. Por isso estamos aqui na região acompanhando de perto”, destacou.
AFASTAMENTO
Ainda no ano passado, a Corregedoria determinou o afastamento do titular do cartório de Gilbués por supostas irregularidades. A nomeação de um interventor foi determinada. Segundo a denúncia, foram concedidos títulos de terras que nunca existiram. “Esses supostos terrenos acabam sendo desmembrados de outras terras e registrados com tamanho maior do que o real”, diz.

fonte portal o olho