segunda-feira, 27 de abril de 2015

Mercado imobiliário de THE sofre queda de vendas com aumento de juros


Mercado imobiliário de THE sofre queda de vendas com aumento de juros

Teresinense evita comprar imóveis nesse período, causando demissão de trabalhadores no ramo do mercado imobiliário e da construção civil.

O reajuste de 0,3 ponto percentual nas taxas de juros para financiamento de imóveis da Caixa causou impacto no mercado imobiliário e de construção civil de Teresina. Receosos com a nova medida, os teresinenses deixam de comprar imóveis, causando uma estagnação no setor. Assim, várias empresas estão demitindo os trabalhadores por falta de verba.
Fotos: Assis Fernandes/ODIA
Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores na indústria da construção civil de Teresina (Sitricom), Carlos Magno, o reajuste afetou a compra e venda de imóveis e, por consequência, está causando uma demissão em massa. “Grandes empresas de Teresina estão demitindo o quadro de trabalhadores para não fecharem as portas porque não têm como arcar com os salários dos empregados. Nossa esperança é trabalhar para o Governo do Estado, que está agora reiniciando as obras que estavam paradas. Assim, as empresas conseguirão abrir novas frentes de trabalho”, conta.
Para o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil de Teresina (Sinduscon), André Bahia, a medida forçou os construtores a traçarem novas estratégias e direcionamentos de vendas. “As empresas estão conscientes em trabalhar com a construção de imóveis de até R$ 150 mil, que é a média do valor cobrado pelos imóveis do programa Minha Casa Minha Vida”, conta. Ele explica que as operações de habitação social do Programa Minha Casa Minha Vida não tiveram nenhuma alteração.
André Bahia ainda critica o aumento, alegando que o Brasil deve mudar a forma de combater a inflação. “A ideia de reduzir o consumo para reduzir a inflação é errônea. O combate à inflação tem que ser via investimento e não por meio da recessão econômica”, declara.
Porém, para Daniel Martins, dono de uma imobiliária em Teresina, as vendas nos imóveis se mantêm estáveis, visto que, na prática, as medidas foram adotadas há apenas uma semana. Ele diz que qualquer análise de mercado é muito prematura. “As nossas vendas, em especial, permaneceram normais, sem aumento ou diminuição. Acredito que o maior problema não vai ser a taxa de juros, mas sim a alteração no valor financiado. Antes, as pessoas conseguiam financiar 90% do valor total do imóvel e, agora, a caixa só vai financiar 80% daquele valor. De maneira geral, é muito cedo para dizer alguma coisa”, avalia.
Entretanto, Daniel Martins avisa que os clientes se mostram preocupados com futuras compras. “Eles estão com receio de que a mudança aumente muito o valor total do imóvel. Mas sempre buscamos explicar, inclusive por meio de números, como ficará a negociação”, garante.
Por meio de nota, a Caixa orienta que as pessoas procurem um especialista em economia antes de fazer qualquer negociação.
Após reajuste, teresinense desiste de comprar imóvel
A administradora de empresas Rayssa Morais desistiu de comprar uma casa após somar as parcelas com o acréscimo da nova taxa de juros. “Hoje em dia está um absurdo comprar casas em Teresina. Eu ainda fui olhar uns imóveis novos que ficam na saída da cidade com a esperança de que seria fácil para negociar e com prestações baixas, mas, se eu finalizasse a compra, passaria o resto da vida pagando a casa”, conta.
Rayssa mora com a mãe em um apartamento financiado e pretende comprar um terreno para construir sua própria casa. “Eu sei que assim é mais demorado, mas é a solução mais viável para mim neste momento. Eu compraria o terreno e financiaria a construção. O ponto positivo é que eu escolheria a casa de acordo com o meu gosto”, fala.
A economista Kellen Carvalho avisa que é melhor esperar para poder comprar um imóvel. “Dê um tempo. Não só por conta dos juros, mas como houve um excesso de oferta nos anos passados, então, a expectativa é de estagnação dos preços”, avalia.
Se a pessoa necessita comprar logo o imóvel, Kellen dá algumas dicas. “Um imóvel, claro, é necessidade. Então, se a pessoa precisa de um com urgência, existem algumas alternativas, como comprar um imóvel mais em conta ou pagar um maior valor de entrada para reduzir o saldo devedor”, conta.
Entenda o reajuste
Pela segunda vez no ano, a Caixa realizou um ajuste de 0,3 ponto percentual nas taxas de juros para financiamento de imóveis residenciais contratados com recursos da poupança no âmbito do Sistema Financeiro de Habitação (SFH). O ajuste foi realizado por conta do aumento das taxas básicas de juros e As novas condições passaram a valer para financiamentos concedidos a partir do dia 13 de abril.
O primeiro aumento em 2015 foi em janeiro, após praticamente um ano sem reajuste nas taxas. Além disso, o percentual financiado passou de 90% para 80% nas operações do SFH (Sistema Financeiro de Habitação). Para contratações pelo sistema de amortização Tabela Price, a cota máxima de financiamento passou de 70% para 50% nas operações do SFH.
Com relação à taxa de juros, A Caixa reforça que as operações de habitação social, do Programa Minha Casa Minha Vida e com recursos do FGTS, não tiveram nenhuma alteração.

fonte portal o dia