Delegado quer pelotão contra crimes LGBT no Piauí e levará caravana aos bairros
O delegado Emir Maia, titular da Delegacia de Proteção aos Direitos Humanos e Repressão as Condutas Discriminatórias, está defendendo a criação de um pelotão ou companhia na Polícia Militar para trabalhar no combate aos crimes homofóbicos no Piauí.
Foto: Yala Sena
Segundo o delegado, o pelotão funcionaria nos mesmo molde do existente no Estado de Pernambuco. “É uma Polícia Militar preparada para dar suporte nos casos de crimes envolvendo LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)”, disse Emir Maia.
De acordo com o delegado tem reduzido os crimes LGBT, pelo menos no primeiro quadrimestre deste ano em comparação com 2014. Emir Maia lembrou que é um público que sofre um forte preconceito e discriminação. Ele informou ainda que fará um mapa sobre o perfil das travestis em Teresina para resultar em políticas públicas para a categoria.
“Nas rondas noturnas estamos mapeando as travestis. Para conhecer quem são, locais que trabalham, escolaridade, para que seja levado ao grupo de trabalho criado pela Secretaria de Segurança e definir políticas públicas para elas. Vamos traçar o perfil psicológico, cultural e social. Muitas não tem nem documento de identidade”.
O grupo de trabalho é composto de entidades não governamentais, governamentais, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros.
O mapa, segundo o delegado, será um instrumento para inserção das travestis no mercado de trabalho, já que 90% vivem na marginalidade. “A ideia é que elas se capacitem nas instituições e o serviço social do Estado ajude nessa inserção. É um resgate da dignidade da pessoa”.
Combate ao racismo
Em parceria com várias entidades negras, a Delegacia vai iniciar caravanas da cidadania alertando para o racismo. O projeto iniciará na escola Maria do Carmo Reverdosa da Cruz, no bairro Dirceu, zona Sudeste de Teresina. Lá, foi palco de discriminação contra uma aluna negra. Durante aplicação de prova, uma estudante pediu pesca para a colega de classe, que é negra, e ela negou. A aluna se revoltou e chamou a garota de “nega imunda” e disse ainda que “essa nega não passa a resposta porque sou branca e ela é nega”. A delegacia abriu inquérito e apura o caso.
Emir Maia informou que a caravana iniciará no Dirceu, mas percorrerá outros bairros e cidades do interior. A campanha foi batizada de “racismo um crime que se sente na pele”.