segunda-feira, 2 de maio de 2016

Fiscalização CRM do Piauí encontra falso médico atuando em hospital de Porto


Fiscalização

CRM do Piauí encontra falso médico atuando em hospital de Porto

O conselho registrou boletim de ocorrência no distrito policial e vai comunicar o fato à Polícia Federal e ao Ministério Público.

O Conselho Regional de Medicina do Piauí realizou, neste final de semana, operação de fiscalização. O órgão encontrou um falso médico que atuava no Hospital Municipal da Cidade de Porto, além de irregularidades nas unidades de atendimento dos municípios de Cabeceiras, São João do Arraial, Matias Olímpio, Joca Marques, Madeiro, Morro do Chapéu, Caxingó, Caraúbas do Piauí e Brasileira.
Imagem: DivulgaçãoCRM-PI realiza fiscalização em hospitais do interior(Imagem:Divulgação)CRM-PI realiza fiscalização em hospitais do interior
No Hospital Estadual Nossa Senhora do Livramento, em José de Freitas, foram encontrados problemas no funcionamento e na estrutura para atendimento dos pacientes, além de falta de equipamento no setor de emergência.

Em Porto, no Hospital Municipal Roosevelt Bastosum, homem identificado como Rafael Gonçalves Rodrigues Meireles, exercia a função de médico ilegalmente. Ele foi contratado pela administração do hospital para atuar como médico plantonista, mas não estava no local no momento da vistoria. Após busca nos sistemas dos conselhos regionais de medicina e no Conselho Federal de Medicina não foi encontrado nenhum profissional com este nome. Rafael usava no carimbo o número CRM 5670, que pertence a outro profissional.

O CRM-PI conseguiu o número pessoal de Rafael, mas ao ser informado de que se tratava de fiscalização, o mesmo desligou o telefone. O conselho registrou boletim de ocorrência no distrito policial e vai comunicar o fato à Polícia Federal e ao Ministério Público, no sentido de que investiguem o caso, já que além de exercício ilegal da profissão, também há crime de falsidade ideológica, uma vez que Rafael utilizou o registro de outro médico devidamente registrado no CRM. No mesmo hospital não há escala regulares para os médicos, não há ambulância e diversos pacientes internados, não contam com médicos de plantão.
Imagem: DivulgaçãoCRM fiscaliza unidades de saúde no interior do Piauí(Imagem:Divulgação)CRM fiscaliza unidades de saúde no interior do Piauí
Na cidade de Matias Olímpio, também foram constatados muitos problemas de estrutura física e falta de equipamentos de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). A maior parte dos pacientes é encaminhada ao município de Luzilândia, onde há plena condição de atendimento, principalmente para pacientes obstétricas. 
 
Já no Hospital Regional Dr. Júlio Hartiman, em Esperantina, os equipamentos estavam funcionando e corpo médico e de enfermagem estava regular, o que causou uma boa impressão aos fiscais, porém no departamento cirúrgico não há sala de recuperação pós-anestésica, o que é indispensável para garantir a perfeita recuperação de pacientes. 
 
Em Campo Largo do Piauí, a UBS encontrava-se fechada por volta das 16h30 da última sexta-feira (29), o que não poderia ocorrer, em razão de alguma eventualidade de urgência da população. Em Barras, houve uma reforma no Hospital Regional Leônidas Melo, que, sob nova administração, está em boas condições, com escala médica funcionando de modo satisfatório, na sala de urgência há desfibrilador e todos os equipamentos de reanimação cardiopulmonar e centro cirúrgico em funcionamento. Mas, foi constatada a presença de medicamento com prazo de validade vencido na urgência e armários com equipamentos de urgência trancados com dificuldade de acesso, além de tomadas de energia elétrica fora dos padrões para os adaptadores.
 
O presidente do CRM-PI, Emmanuel Fontes, que conduziu os trabalhos nos 20 municípios, afirmou que a maioria das UBS e UMS estão em bom estado de funcionamento, com estrutura física adequada, com leitos de enfermaria e outros setores em bom estado de conservação. Porém, uma falha que será notificada é a falta de equipamentos de urgência à disposição, como desfibrilador, cânulas, laringoscópio e todos os demais que compõem o protocolo de RCP. “Esses equipamentos de urgência são uma norma de prevenção e para garantir que se salve a vida de uma pessoa nos minutos iniciais até que a equipe médica acione uma ambulância para remoção do paciente fora de risco de morte para um hospital de referência da região”, explicou Emmanuel Fontes.

fonte gp1