O presidente do sindicato disse que os próprios funcionários das penitenciárias estão comprando os materiais preventivos.
As medidas preventivas e de combate à Covid-19, o novo coronavírus, têm sido reforçadas por todo o estado do Piauí, no entanto nas penitenciárias essas medidas se mostram deficientes pela falta de estrutura e equipamentos necessários para o enfrentamento da propagação da doença.
O presidente do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Piauí), Kleiton Holanda, em entrevista ao Viagora, disse que os pedidos de materiais de proteção para as unidades penitenciárias já haviam sido feitos ao governo do estado antes mesmo da propagação da doença no Piauí, mas a demanda não foi atendida. “Antes mesmo dessa doença ser confirmada no Piauí, nós havíamos solicitado ao governo do estado os equipamentos necessários para que se fizesse um trabalho preventivo e inclusive evitar que essa doença chegasse ao sistema prisional”, relatou o presidente do sindicato.
- Foto: Divulgação / Lucas Dias - GP1Kleiton Holanda
O representante do sindicato disse ainda que a Penitenciária Irmão Guido chegou a receber álcool em gel, mas que em muitas outras unidades os próprios funcionários estão tendo que arcar com os custos dos materiais para cumprir as medidas preventivas.
“Claro que as máscaras estão em falta então o álcool em gel está sendo utilizado, mas ainda faltou em algumas unidades. Tem unidades que nunca teve esse material, inclusive os próprios funcionários tiveram que comprar máscaras, luvas e seu próprio álcool em gel. Só que esse material já acabou e o estado nunca forneceu, estão se virando com desinfetante a água sanitária. O sindicato cobra e o estado não resolve, implica dizer que o estado diz como fazer, mas não fornece esses materiais da prevenção no local de trabalho, colocando todos em risco.”, criticou o presidente do Sinpoljuspi.
Um outro ponto que Kleiton ressalta são as regras de isolamento, a princípio o Sinpoljuspi conseguiu barrar as visitas aos presos, mas pede que os detentos que saem da unidade para trabalhar fiquem em confinamento para a segurança dos demais.
“Houve uma luta nossa de barrar as visitas na penitenciária para evitar que o coronavírus se propague. Ao mesmo tempo também solicitamos que os presos que saem para trabalhar fossem confinados até a gente analisar o pico da doença no estado. Mas fizeram o contrário, colocaram praticamente 580 detentos em liberdade sem nenhuma fiscalização”, disse.