A Polícia Militar do Piauí está lançando, hoje (29), a Patrulha Maria da Penha. A solenidade ocorreu no auditório do Quartel do Comando Geral.
De acordo com a Capitã Solange, que comanda esse novo policiamento, todos os dias haverá a viatura específica com uma dupla de policiais, sendo que um dos integrantes será sempre uma mulher, e a ação receberá o apoio das outras viaturas dos batalhões, além de manter uma aproximação com entidades e órgãos que apoiam as mulheres vítimas de violência. “A Secretaria de Segurança e a Polícia Militar, há tempos, já verificava a necessidade desse olhar, desse atendimento para essa natureza de ocorrência que, infelizmente, cresce em virtude de uma cultura machista que nós temos. Muitas mulheres conseguem a medida protetiva, têm a proteção legal, e precisam que a segurança seja efetiva, no sentido de que não venha a ocorrer o feminicídio. Essa é uma necessidade urgente!”, aponta a Capitã, que informou os critérios de seleção da equipe, “Foram selecionados policiais que já têm experiência no policiamento ostensivo, afinidade com o trabalho que vai ser realizado e que vão estar em constante capacitação para atender essas mulheres em situação de violência. Nós somos oito policiais na Patrulha Maria da Penha”.
O Comandante Geral da PMPI, Coronel Lindomar, afirma que este serviço estará à disposição da população da capital inicialmente, com possibilidade de expansão para o interior. “A equipe que foi composta está com a missão de visitar as mulheres, deixar telefone de contato, um canal aberto de comunicação. Além dessas visitas para o cumprimento das medidas protetivas, também irão percorrer os bairros da capital, realizar palestras, levar informações, enfim, manter contato com a população esclarecendo alguns pontos da Lei Maria da Penha, do serviço que é feito pela Polícia Militar, sem qualquer prejuízo do que é feito, hoje, pelo 190. As equipes dos batalhões continuam sendo acionadas pelo telefone e pelo tablet”, esclareceu o Coronel.
Durante a solenidade, a Major Danielli, comandante da Patrulha Maria da Penha da Polícia Militar de Alagoas, apresentou palestra aos presentes sobre a experiência vivida naquele Estado, nos últimos dois anos, com a implantação desse policiamento em Maceió. “Aqui, nós nos fazemos presentes para motivar aqueles que vão fazer parte desse ciclo de atendimento. Nós temos a diferença de 18% dos feminicídios na capital. Essa pesquisa foi feita pela OAB e fica clara a significação da chegada da Patrulha”, enfatizou.
Para o Secretário de Segurança Pública, Capitão Fábio Abreu, a iniciativa é importante por representar também a integração entre as instituições. A “Polícia Militar vai ser o carro chefe, porque vai ter os profissionais que vão estar trabalhando diretamente, junto com os policiais civis, no sentido de fazerem essas visitas e atenderem essas ocorrências, principalmente para as vítimas, como para aqueles que são os agressores, para conscientizá-los de que há esse acompanhamento”. A Subsecretária da Segurança Pública, Delegada Anamelka Cadena, afirma que haverá uma integralidade de serviços, não só o monitoramento, mas também a orientação e a prevenção, com disponibilização de material informativo embarcado para esclarecer a comunidade. “É muito importante que a gente tenha esse monitoramento para que outras mulheres que sofrem violência e que não buscavam a Polícia passem a buscar por acreditar mais nessa possibilidade de reprimenda e de acolhimento do Estado”, enfatiza a Delegada.
A expectativa é que esse trabalho – inspirado na filosofia de polícia comunitária e realizado com ferramentas tecnológicas utilizadas pela Corporação, como o PMPI Mobile – dará uma resposta aos índices piauienses de violência de gênero. “ A mulher em situação de violência perde a qualidade de vida, e a Polícia Militar, enquanto guardiã da sociedade, precisa proporcionar essa proteção. Então a Patrulha vai atuar com esse olhar de assegurar os direitos e a qualidade de vida da mulher dentro da segurança pública”, reforçou a Capitã Solange.
Postagem: Cabo PM Larissa
Fotos: Sargento PM F. Carvalho e Jardenya Bezerra
DCOM
