quinta-feira, 1 de maio de 2014

Cerca de 150 pacientes ficam em macas nos corredores do HUT


Cerca de 150 pacientes ficam em macas nos corredores do HUT

Comissão de Saúde da OAB faz visita para apurar denúncias.

O Hospital de Urgência de Teresina tem 289 leitos, e cerca de 150 pacientes em macas nos corredores do Pronto Atendimento. Desses, cerca de 80 são pacientes internados, considerados estáveis. Diante dessa situação, a Comissão de Saúde da Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí, esteve ontem (30) no Hospital de Urgência de Teresina (HUT) para verificar denúncias da retirada de pacientes das enfermarias para o corredor e também solicitar informações sobre a reforma do Hospital e a transferência de pacientes estáveis para outros hospitais.
Segundo o diretor do HUT, Gilberto Albuquerque, o hospital possui uma demanda desqualificada e acima da capacidade. E ainda sofre com a falta de investimentos, pois atende pacientes de cidades do interior do Piauí e também de outros Estados. “O HUT é uma rodoviária de pacientes”, comentou o diretor.
Sobre a reforma, o diretor confirmou que as obras não vão iniciar enquanto mais leitos de internação não forem disponibilizados pela rede de hospitais da capital, como o HospitalUniversitário e o Hospital Getúlio Vargas.
De acordo com o coordenador do Pronto Atendimento do HUT, José Ferreira Neto, a reforma será feita para atender exigências do Programa SOS Emergência do Governo Federal, e que para isso, novas adequações precisarão ser feitas para realocar pacientes nas enfermarias. “A grande maioria dos pacientes das macas são pacientes que precisam de acompanhamento médico, mas não são de urgência ou emergência. Esses pacientes lotam o HUT por falta da oferta de leitos de internação em outros hospitais”, explicou Ferreira Neto.
Ainda segundo Ferreira Neto, a reforma não vai alterar a quantidade de leitos no Hospital, mas tem o objetivo de humanizar o atendimento, oferecendo melhorias físicas. “Nós temos cerca de 14 vagas de enfermaria, e muitas vezes temos que colocar mais gente para não deixar morrer. O que precisa ser feito é retirar pacientes estáveis do hospital, pois a demanda de urgência não vai diminuir”, disse.
O coordenador das Comissões da OAB-PI, João Washigton, acompanhou a visita e conversou com funcionários e pacientes. Segundo ele, os funcionários relataram que a situação de superlotação e mudança de locais dos pacientes são feitas sem a comunicação necessária, o que causa transtorno entre os doentes, familiares e funcionários. “Percebemos que os funcionários trabalham em uma situação limite, por conta da lotação. O HUT tem um grande problema, mas a solução não está aqui. É necessário vontade política e articulação dos setores envolvidos para a resolução do caso”, afirmou João Washigton.
A presidente da Comissão de Saúde da OAB-PI, Rubenita Lessa, informou que a Ordem vai fazer o possível para intermediar a transferência dos pacientes estáveis para outros hospitais, e vai continuar acompanhando todo o processo de obras de reforma do HUT.
Edição: PortalODIA.com