quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Elson Feitosa mantinha relacionamento com o assassino


Elson Feitosa mantinha relacionamento com o assassino

Latrocínio do jornalista foi planejado por jovem que já havia saído com a vítima.

O crime praticado contra o jovem Elson Feitosa, no dia 2 de outubro, foi friamente planejado por um homem com quem ele mantinha relacionamento. A informação foi repassada pela polícia civil durante uma coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira (14), na Delegacia Geral.
O mentor do homicídio é Mádson Pereira da Costa, de 20 anos. Segundo o delegado Danúbio Dias, que coordenou a investigação, a vítima havia se encontrado com o assassino no dia 1º de outubro. “Os dois marcaram de beber em um bar no bairro Piçarreira, onde haviam se conhecido um ano antes”, conta o delegado (foto abaixo).
Fotos: Elias Fontenele/ODIA
Neste mesmo dia, Elson enviou para um amigo a foto de Mádson, supostamente dentro de um motel. Foi essa imagem que ajudou a polícia a identificar o principal suspeito. “Desde o início das investigações, de acordo com a forma como os assassinos agiram, nós sabíamos que não se tratava de um latrocínio comum”, declarou Danúbio Dias.
De acordo com o delegado, após saírem na quinta-feira, vítima e assassino combinaram um novo encontro para o dia seguinte, dessa vez na casa de um tio do acusado. “Tudo já estava planejado para matar o Elson. Mádson queria roubar a vítima, mas sabia que precisaria matá-la”, relatou o Danúbio.
O assassino então convenceu outros dois jovens a praticarem o crime. Os demais envolvidos são José Carlos Pacheco de Araújo, 24 anos - responsável por segurar a vítima enquanto Mádson desferia os golpes com um porrete – e Mizael da Conceição Silva Barbosa, de 19 anos, que ficou vigiando a casa enquanto Elson era assassinado.

Da esquerda para a direita: José Carlos Pacheco, Madson Pereira da Costa e Mizael Conceição Silva
O local onde o crime foi praticado era uma casa que havia sido alugada pelo tio de Mádson. O homem não estava na residência e não sabia dos planos do sobrinho, que precisou pular o muro para ter acesso à residência. “Quando Elson chegou, Mádson abriu a porta e o carro foi estacionado dentro da garagem. Em seguida, eles foram para a cozinha, onde a vítima recebeu o primeiro golpe”, conta Danúbio Dias.
A partir de então, José Carlos passou a segurar o jovem para que os outros golpes fossem deferidos. “Nesse momento, Elson clamou por piedade, mas Mádson não se sensibilizou. A vítima teve traumatismo craniano”, destacou o delegado, acrescentando que a cena do crime foi periciada uma semana depois, mas a polícia ainda encontrou vestígios de sangue espalhados pela casa.
O horário previsto da morte de Elson é às 20h do dia 2 de outubro. Os exames cadavéricos indicaram que ele não morreu logo após receber os golpes na cabeça. A vítima sofreu asfixia, pois foi enrolado em um lençol e jogado dentro do porta malas do carro. De acordo com a polícia, ele estava morto antes de ser queimado.
Os acusados já haviam planejado tocar fogo no corpo da vítima. O local escolhido era de difícil acesso, mas localizado próximo à região onde os assassinos moravam. Antes de ir ao terreno, os três passaram em um posto de combustível e abasteceram a moto de Mizael da Conceição. “Para pagar, eles abriram o porta-malas e retiraram R$ 50,00 que estava com a vítima. Uma atitude bastante fria”, disse o delegado.
Todo o crime foi desvendado a partir da análise da movimentação financeira da conta de Elson Feitosa. De acordo com Danúbio Dias, no dia seguinte ao crime, os três acusados tentaram comprar relógios e celulares em um supermercado de Teresina, usando o cartão da vítima. O valor dos produtos era superior a R$ 4 mil e a compra não foi efetivada. Os acusados ainda tentaram abastecer em um posto de gasolina e também não conseguiram.
As imagens das câmeras dos dois estabelecimentos foram analisadas e os três suspeitos identificados. Quando estavam no supermercado, eles chegaram a chamar a atenção dos seguranças devido ao alto valor dos produtos que queriam adquirir.
Outra coisa que ajudou a polícia a chegar ao nome de Mádson foi o depoimento do amigo de Elson, que já havia saído para beber com o acusado e a vítima há algum tempo. Foi essa mesma testemunha quem recebeu no dia 1º de outubro a foto de Mádson, enviada por Elson.
O perfil do acusado no Facebook comprovou que a vítima o conhecia, pois Elson tinha Mádson entre os amigos da rede social e ainda comentava as fotos dele. 

fonte portal o dia