quarta-feira, 2 de agosto de 2017

“Trabalho difícil, altamente estressante”, diz promotora ao defender capitão da PM

“Trabalho difícil, altamente estressante”, diz promotora ao defender capitão da PM

De um lado, OAB quer afastamento do comandante acusado de conduta abusiva. De outro, promotora e moradores manifestam-se a favor do militar

A promotora de União Gianny Viera de Carvalho elogiou o trabalho do capitão da Polícia Militar, Miguel Luz, e defendeu a permanência dele no município. A declaração foi feita durante a manifestação dos moradores, que também se posicionaram contra a transferência do militar. O ato aconteceu nesta quarta-feira (02), na Praça Filinto Rego, e reuniu centenas de populares, além de autoridades.
O pedido de afastamento do capitão Luz do município foi feito pela Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Piauí, depois de o militar efetuar a prisão do advogado Gleyson Viana de Carvalho no mês de março. O caso foi levado a OAB-PI, com denuncias de que a houve conduta abusiva por parte dos militares.
Desta forma, o presidente da Ordem, Chico Lucas, protocolou duas representações disciplinares na Corregedoria da Polícia Militar. “Quando a OAB faz pedido de afastamento de algum militar, eu não realizo o afastamento de forma imediata. Há antes uma investigação, junto à corregedoria, para comprovar a veracidade da denuncia”, firmou o coronel Carlos Augusto ao Portal AZ.
“Estamos atentos e não permitiremos excessos nem abuso de autoridades por parte de qualquer policial, seja civil ou militar. O Ministério Público também está atento, todos os dias na cidade de União. Mas, por outro lado, também não podemos deixar de reconhecer que o capitão Luz tem feito um ótimo trabalho de segurança no município. Um trabalho difícil. É uma profissão altamente estressante”, defendeu a promotora.
O coronel Carlos Augusto também defendeu o trabalho do militar, afirmando que os índices de violência diminuíram depois que ele assumiu o comando da cidade. “Ele faz um bom trabalho. O índice de criminalidade diminuiu. A cidade estava com um clima muito tenso, por conta da violência”, contou o coronel.

"Capitão Luz devolve à população o direito de se sentar à porta de casa"

Sobre o índice de violência, a promotora em seu discurso lembrou da insegurança vivida pelos moradores, e assim, defendeu a permanência do capitão na cidade. “União era uma cidade que estava jogada totalmente à violência. As pessoas não podiam sequer manter o costume cultural da cidade, que era se sentar à porta de suas casas, e hoje já podem. Hoje já temos essa tranquilidade novamente, porque as pessoas querem paz, tranquilidade”, informou.

Estremecimento entre órgãos

Caso em Avelino Lopes
Esse é o segundo caso, somente este ano, de divergências entre a Polícia Militar e a Ordem dos Advogados do Brasil secção Piauí. O primeiro aconteceu no dia 04 de março, na cidade de Avelino Lopes, quando o aspirante Miguel Raimundo Batista Júnior deu voz de prisão, algemou e conduziu o advogado Antônio Rômulo da Silva Granja à delegacia de Corrente, onde foi lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência, sendo em seguida liberado o advogado.
Caso de União
O segundo caso é o da cidade de União, que teria começado no dia 17 de março deste ano, quando o advogado Gleyson Viana de Carvalho foi ao Comando de Policiamento Ostensivo do Município e, segundo a OAB, foi tratado com hostilidade pelo Capitão Luz, que teria se negado a entregar o auto de apreensão do veículo de sua cliente.
“Após uma discussão, o Capitão Luz deu voz de prisão ao advogado e chamou os policiais presentes, também representados pela OAB-PI, para algemá-lo e conduzir o causídico para uma sala do quartel. Lá Gleyson de Carvalho afirma ter permanecido por duas horas incomunicável e solicitando que fosse informado a um advogado para presenciar a ilegalidade da prisão, o que também lhe foi negado”, afirma a nota pública da Ordem.
Caso de Santa Filomena
Há ainda um possível terceiro caso, que aconteceu no município de Santa Filomena. O fato foi citado, sem detalhes, pelo coronel Carlos Augusto, porém a OAB desconhece que tenha havido algum problema no município.
O coronel completa ainda, que apesar das denuncias, não há divergências entre os órgãos. Ele afirma que mantém diálogos constantes com o presidente da Ordem, Chico Lucas e que a Corregedoria está atenta às solicitações.

fonte www.portalaz.com.br