Ao portal, Sérgio Conrado, pai da vítima, conta que adolescente segue com sequelas físicas e emocionais
Na semana em que completou 13 anos, a jovem Geovanna Gabriely, irmã da cantora Aline Conrado, comemorou mais um ano de vida. A família utilizou a data para, além de comemorar a vida da adolescente, para cobrar justiça. No dia 27 de agosto de 2023, três policiais militares do Maranhão efetuaram disparos de arma de fogo contra um veículo em uma abordagem no bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste de Teresina. Os disparos atingiram a adolescente que precisou passar por cirurgia e recebeu alta médica dias depois do ocorrido.
Ao portal, o pai da adolescente, Sérgio Conrado, afirmou não entender a demora para que o Ministério Público ofereça a denúncia contra os policiais. Os três foram indiciados pelo crime.
"Queremos ajuda para cobrar do Ministério Publico do Piauí, que ofereça a denúncia ao Judiciário. Já se passaram 6 meses e nunca foi feito. Estamos cobrando também a Policia Militar do Maranhão que está dificultando nosso acesso ao relatório do inquérito policial militar. Nosso advogado nunca recebeu uma copia desse relatório, ficam postergando e nunca mandam. Ficamos sem entender o motivo de tanta demora. Nosso sentimento é de impunidade", afirma o pai da vítima.
O pai da adolescente relatou que ela ficou com sequelas físicas e emocionais desde o ocorrido. Fisicamente, a jovem perdeu parte do intestino grosso, ainda não pode fazer atividade física. Emocionalmente, ele contou que a filha sente medo e não dorme sozinha.
Policiais são indiciados pelo crime
Os três policiais militares do Maranhão, suspeitos de efetuar vários disparos contra um um veículo durante uma abordagem ocorrida no mês de agosto, no bairro Dirceu Arcoverde, zona Sudeste de Teresina, foram indiciados pelo crime de tentativa de homicídio. Na ocasião, uma criança de 12 anos, irmã da cantora Aline Conrado, foi baleada durante a ação.
Os policiais estavam em busca dos suspeitos de matar Francisco de Carvalho Júnior, sargento da PM de Timon (MA), no dia 25 de agosto. O delegado Bruno Ursulino, do DHPP, relatou à TV Antena 10, que somente um dos suspeitos assumiu a culpa ao se identificar como autor dos disparos, mas todos devem responder pelo crime.
"Os demais policiais são coautores da tentativa de homicídio, a partir do momento em que se encontram no apoio logístico, no qual um deles dirigia a viatura e o outro auxiliava a abordagem. Eles utilizaram uma forma equivocada de abordar o veículo no momento em que decidiram atirar contra o carro. Felizmente, essa ação desastrosa não resultou na morte de uma família inteira", afirmou.
O pai e a mãe da criança atingida pelo tiro também estavam dentro do automóvel. Ao todo, os policiais efetuaram oito disparos, o que resultou em 24 perfurações no veículo.
"Isso comprova que eles agiram com dolo eventual e a perícia mostrou que o carro foi atingido na roda, no porta-malas e até mesmo no teto. O policial que assumiu a autoria relatou que os pneus eram seu alvo, mas ele usou um fuzil 556 e, diante da distribuição dos disparos, concluímos que não havia uma posição de disparos e, mesmo assim, ele atirou. Isso caracteriza o dolo eventual", disse o delegado.
Fonte: Portal A10+