A Polícia Civil de Corrente efetuou a prisão de dois homens acusados de estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos.
Segundo o delegado João Rodrigo, os dois suspeitos se declaravam menores de idade e pediam ajuda aos órgãos de assistência social dos municípios por onde passavam. "Eles diziam ser vítimas do tráfico de drogas no Estado do Rio de Janeiro, alegando que foram obrigados a fugir da capital carioca para não serem mortos. Inventavam estórias mirabolantes, chegando a dizer que haviam sido estuprados pelos próprios pais. Depois, pediam ajuda para os órgãos de assistência social, e com isso conseguiam alimentação, hospedagem, roupas e passagens de ônibus. Tudo de graça", detalha o delegado.
Antes de chegar a Correte, os dois suspeitos teriam recebido ajuda de órgãos de assistência social em Teresina e na cidade de Cristino Castro.
De acordo com João Rodrigo, que é titular da Delegacia Regional de Corrente, a dupla só foi desmascarada porque os funcionários do CRAS de Corrente desconfiaram da idade informada pelos suspeitos, pois nenhum deles parece ter menos de 18 anos.
A partir dessa desconfiança, os funcionários encaminharam o caso para a promotora de Justiça de Corrente, Gilvânia Alves Viana, que, por sua vez, pediu auxílio ao delegado João Rodrigo.
Depois de entrar em contato com as Polícias do Rio de Janeiro e do Ceará, o delegado obteve as primeiras informações sobre os suspeitos.
Durante dois dias de investigações, o delegado descobriu que eles já haviam aplicado o mesmo golpe em, pelo menos, outros seis Estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pará, Ceará e Goiás.
Eles diziam que eram irmãos gêmeos, e apresentavam identidades falsas com os nomes Thallison Gabriel Batista Mariano Silva e Thaylland Gabriel Batista Mariano Silva. Na realidade, os dois não são irmãos e foram identificados como Lenilson Barbosa Azevedo e Denis Santos Silva.
A farsa da dupla só foi completamente desmascarada quando o delegado regional de Corrente entrou em contato com um cartório do Rio de Janeiro, que confirmou a ilicitude dos documentos apresentados pelos suspeitos.
O delegado João Rodrigo afirma pediu a prisão preventiva dos suspeitos porque, mesmo após terem sido desmascarados, ambos continuaram a apresentar versões falaciosas. "Eles já estavam aplicando o golpe há cerca de um ano. Nesse período, conseguiram viajar grande parte do Brasil com passagens, hospedagem e alimentação, tudo por conta dos órgãos de assistência social. Como as estórias inventadas por eles eram bastante cabeludas, foi muito difícil decifrar toda a farsa. Por conta disso, tive que solicitar o envio de uma equipe do Instituto de Criminalística a Corrente, para que as impressões digitais dos dois sejam coletadas e eles possam ser identificados com mais segurança", detalha o delegado.
João Rodrigo reitera que os dois suspeitos serão indiciados por estelionato, falsidade ideológica e uso de documentos falsos. Somadas, as penas para os três crimes chegam perto de dez anos de reclusão.
fonte portal o dia