Ciro promete renunciar se for comprovado envolvimento em escândalo
Senador foi citado pelo ex-presidente da Petrobras, Paulo Roberto Costa.
O senador do Piauí, Ciro Nogueira (PP), foi mais uma vez citado em escândalo envolve o doleiro Alberto Youssef. Agora, o Estadão divulgou que o assessor do parlamentar, Mauro Conde Soares, que trabalha com Ciro Nogueira desde o início de seu mandato, recebeu passagens aéreas pagas pela Arbor Contábil, empresa da contadora do doleiro, Meire Poza.
Ciro também foi citado pelo ex-presidente da Petrobras, Paulo Roberto Costa, como um dos políticos que se beneficiaram de um esquema de corrupção na Petrobras. A Polícia Federal, que investiga o escândalo, concedeu o benefício ao ex-gestor da estatal através da delação premiada.
Com o nome envolvido em tantos escândalos, o senador Ciro Nogueira decidiu se pronunciar. Através de uma carta enviada ao juiz responsável pelo caso Petrobras, o senador piauiense se diz perplexo e indignado. “Aguardei, em um primeiro instante, que pudesse haver alguma correção das inverdades relacionadas a meu nome, mas diante da ausência dessas retificações notifico V.Excia. sobre alguns aspectos que considero fundamentais e que podem nortear as apurações em curso, por parte desse foro”, escreveu.
Ele nega que tenha mantido contato com Paulo Roberto. “Tive alguns poucos e raros contatos, os quais constavam da agenda pública da Petrobrás, por conta de interesses do meu estado, o Piauí, com ênfase para a viabilidade do porto de Luís Correia, o gasoduto ligando Piauí, Maranhão e Ceará, a viabilidade do setor sucroalcoleiro em nosso estado”, alega Ciro Nogueira.
Na carta enviada ao juiz, o senador promete renunciar ao mandato se houver qualquer transação que beneficie a ele ou qualquer estrutura empresarial da qual seja sócio, cotista ou esteja de alguma forma individual e diretamente relacionado, às investigações. “Renunciarei se houver qualquer comprovação de vínculo financeiro ilegal ou impróprio, também no contexto dos temas tratados pelo senhor Paulo Roberto; se houver qualquer registro financeiro, no Brasil ou no exterior, que sirva como vínculo com as confissões feitas pelo ex-diretor da Petrobras e se houver a revelação de áudio ou vídeo de qualquer conversa imprópria do ponto de vista ético, entre mim e o senhor Paulo Roberto ou qualquer integrante de seu suposto esquema”, compromete-se o político.
Sobre o assessor que recebeu as passagens de empresa ligada ao doleiro Alberto Youssef, Ciro diz que o servidor agiu sem conhecimento, por iniciativa própria, traindo a confiança. Ele garante ainda que Mauro Conde Soares foi demitido.
O assessor do senador Cícero Lucena (PSDB-PB), Luiz Paulo Gonçalves de Oliveira, que o assessora há oito anos, também teria recebido as passagens. Os bilhetes aéreos eram de Brasília a São Paulo, ida e volta, pela companhia TAM, no valor de R$ 3.364,96.