quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Jovem é mantida em cárcere privado após se declarar homossexual; polícia apura


Jovem é mantida em cárcere privado após se declarar homossexual; polícia apura

Delegacia de Repressão às Condutas Discriminatórias de Teresina está investigando um caso de cárcere privado de uma garota de 19 anos que se declarou homossexual. Segundo a denúncia, ela teria ficado 27 dias presa em dos cômodos da casa onde morava, no bairro Matinha, zona norte de Teresina.
A vítima foi encaminhada para o grupo Matizes onde receberá acompanhamento psicológico. A denúncia foi feita pela namorada dela após o desaparecimento da companheira.
Segundo o delegado Emir Maia, a garota passou todo esse tempo sem seu celular, documentos pessoais e cartão de crédito. "Ela conseguiu esconder um outro celular e mantinha contato com a companheira. Hoje, quando os pais saíram de casa, ela avisou a namorada que foi até à delegacia com seu pai, que aceita o relacionamento, e tivemos que acionar um chaveiro para ter acesso ao interior da casa. A estudante passou quase um mês trancada e só saía com os pais para o sítio da família. Ela pediu pra sair de casa por que não aguentava mais se isolar de tudo e todos", disse o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, a vítima chegou a sofrer agressões físicas no dia 19 de dezembro. "Ela era agredida a socos, pontapés e corda", relata, acrescentando que o relacionamento das duas já durava oito meses.
Na próxima semana, os pais serão ouvidos pelo delegado e podem responder pelos crimes de cárcere privado, ameaça, lesão corporal, injúria e tortura. O delegado Emir Maia acrescenta ainda que será apurada a existência de uma espingarda que teria sido utilizada pelo pai da garota para ameaçar sua companheira.
A coordenadora geral do Matizes, Carmen Ribeiro, disse que este é o primeiro caso de cárcere privado e tortura registrado pelo grupo que luta em defesa dos direitos LGBT. 
"Recebemos denúncias de casos de injúria, difamação e outros crimes praticados geralmente por terceiros, mas um caso assim, é o primeiro registro. Estamos fazendo o que nos é cabido. Articulamos com a secretaria de Assistência Social para conceder abrigo a estudante e faremos o possível para resguardar sua integridade física e pisicológica.

fonte cidadeverde.com