quinta-feira, 30 de julho de 2015

Em Brasília, W. Dias se reúne com a presidente e trata sobre ajuste fiscal

Em Brasília, W. Dias se reúne com a presidente e trata sobre ajuste fiscal

Presidente disse em reunião que já assumiu o ônus de vetar alguns

A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (30), na abertura de reunião com governadores de todos estados, que a redução da inflação é a condição para um novo ciclo de expansão da economia. Ela defendeu as medidas adotadas pelo governo para controle de gastos e alertou que projetos em tramitação no Congresso vão gerar mais despesas, se aprovados, e podem afetar os estados.
Como instrumento para conter a inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou nesta terça-feira (30) a taxa de juros básicos da economia de 13,75% para 14,25% ao ano. Foi a sétima elevação consecutiva da taxa, que atingiu o maior patamar desde julho de 2006, quando estava em 14,75% ao ano.
"O primeiro passo desse ciclo [de expansão] é garantir o controle da inflação. A inflação corrói a renda dos trabalhadores e o lucro das empresas. E promover o reequilíbrio fiscal (...) Essa redução da inflação vai criar as bases para um novo ciclo de expansão sustentável para o crédito", afirmou a presidente, sentada à ponta de uma mesa retangular, no Palácio da Alvorada, com governadores e ministros dos dois lados.
Dilma pediu ajuda dos governadores contra propostas em tramitação no Congresso que, segundo ela, afetarão o governo federal e também os estados.
"Sabemos que a estabilidade econômica é muito importante. E é uma responsabilidade de todos. A União tem que arcar com esse processo e assumir suas necessidades e condições. E, ao mesmo tempo, consideramos que, como algumas medidas afetam os estados e o país, os governadores precisam participar. Tenho alguns projetos legislativos de grave impacto. Em algumas situações, assumi o grave impacto no dinheiro público vetando. Todas essas medidas terão impacto para os estados, sem sombra de dúvida", declarou.
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Durante a reunião, Dilma enumerou diversos fatores externos como agravantes para a crise econômica do país. Segundo a presidente, houve um "colapso" no preço das comodities, uma "grande desvalorização" na moeda brasileira. Ela lembrou ainda que a crise internacional "continua não esmorecendo."
"Iniciamos nossas campanhas numa conjuntura mais favorável do que quando tomamos posse. Nós sabemos que a partir da segunda metade de 2014, houve um fato importante no cenário internacional que foi o colapso no preço das commodities. Esse colapso foi acompanhado da desvalorização da nossa moeda", afirmou Dilma aos governadores.
"Além disso a crise internacional continua não esmorecendo. Agora, é a vez da China. A consequência de tudo isso foi uma forte queda nas arrecadações. Nós experimentamos uma significativa redução das receitas e acredito que alguns estados também tem tido um desempenho similar nas suas receitas. Fomos obrigados a promover reequilíbrio no nosso orçamento", continuou a presidente.
Apesar de apontar o cenário desfavorável, Dilma disse que a crise internacional "não é desculpa para ninguém."
"É fato que nós não podemos nos dar o luxo de não ver a realidade com olhos muito claros. Como governantes, não podemos nos dar ao luxo de ignorar a realidade", complementou.
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Pacto contra homicídios
Em sua fala, a presidente propôs aos governadores um pacto nacional pela redução de homicídios e defendeu a cooperação entre os governos federal e estaduais. Dilma disse que quer estabelecer uma "cooperação federativa" na área de segurança para diminuir o número de homicídios no país. Segundo ela, o Brasil lidera o ranking em número absoluto de homicídios no mundo.
"Nesse novo Brasil, nenhum governante pode se acomodar. Sabemos que muita coisa precisa melhorar, porque nosso povo está sofrendo. Nós devemos cooperar cada vez mais, independentemente das nossas afinidades políticas", afirmou Dilma.
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Antes do encontro com a presidente Dilma Rousseff na tarde desta quinta-feira (30), cerca de 20 governadores se reuniram em um hotel em Brasília para discutir a agenda que será tratada com a presidente na reunião convocada por ela.
De acordo com o governador do Piauí, Wellington Dias, o almoço será um preparativo para o encontro com Dilma. "O que a gente quer [no almoço], na verdade, é dar uma organizada na agenda com base na pauta. A pauta que foi apresentada [por Dilma] vai tratar dessa parte do ajuste fiscal, dessa parte relacionada a medidas que possam contribuir para o pacto federativo, para o crescimento econômico. Acho que é esse o tema que vamos estar conversando.
Os governadores do PSDB não estavam presentes no almoço. Geraldo Alckmin (SP), Beto Richa (PR), Marconi Perillo (GO), Reinaldo Azambuja (MS) e Simão Jatene (PA) se reuniram na representação do governo do Paraná em Brasília.
Na saída do encontro, o governador do Piauí, Wellington Dias, afirmou que, com exceção dos governadores do PSDB, os outros estiveram presentes no encontro.
"Vamos trabalhar a pauta que foi apresentada: estabilidade politica, soluções para o enfrentamento para garantir crescimento econômico e garantia de que possamos ter uma agenda federativa", afirmou.
Também participarão do encontro com Dilma o vice-presidente Michel Temer e os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda).
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Fonte: 180graus.com com informações Com informações do G1