PM agride motorista de ônibus por não parar em frente a quartel
Policial sacou faca e ameaçou o motorista de morte, e até o agrediu com um soco. Passageiros ficaram assustados e deitaram no chão do veículo.
imagem ilustrativa
No final da tarde de terça-feira (02), um policial militar se irritou com o motorista de um ônibus da linha 204, na região da Santa Maria da Codipi. O motivo teria sido o fato do motorista não ter parado diante do quartel onde o militar está lotado. Irado, ele teria feito ameaças com uma faca, xingado e quebrado um dos vidros do veículo.
De acordo com o advogado do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo, Wallyson Soares dos Anjos, o PM ficou com raiva sem motivo. “Quando são solicitados, os motoristas param fora das paradas de ônibus para militares fardados, mulheres, crianças, idosos. Mas ele não pediu, e o motorista seguiu até o ponto, que fica a 50 metros do quartel”, disse.
Wallyson dos Anjos conta que, após o ônibus passar do local, o policial se sentiu ofendido, passou a gritar xingamentos e a ameaçar o motorista e cobrador de morte. “Ele tirou a faca e com ela quebrou o vidro da porta traseira do ônibus. Os passageiros ficaram assustados e deitaram todos no chão”, relata. Diante da situação, o motorista parou o veículo e o militar desceu.
Após o ocorrido, o motorista foi até o quartel para denunciar a atitude do policial, e lá as agressões teriam continuado. “Ele continuou xingando os dois, de vagabundo e outras palavras, mandou que se retirasse do quartel ou ia mata-lo, e desferiu um soco nas costas do motorista. Ele só se acalmou com a chegada de um oficial”, conta o advogado Wallyson dos Anjos.
O PM foi preso em flagrante por volta das 19 horas. Após todos os procedimentos, ele teria pagado fiança e sido liberado. O advogado do Sintetro afirma que o caso segue através da corregedoria da PM e de inquérito policial, mas que mesmo assim o cobrador e o motorista vítima da agressão se sentem ameaçados.
“Eles estão abalados, se sentindo ameaçados. Receberam várias ameaças veladas, e até pensaram em recuar e não denunciar o caso. Mas entendemos que seria ainda pior”, comenta o advogado. “A atitude do policial foi no mínimo anormal. Ele deverá responder por isso, e a Polícia Militar tem que tomar uma posição. Se a polícia nos ameaça, a quem vamos recorrer?”
Outro Lado
A assessoria da Polícia Militar do Piauí não quis se pronunciar sobre o ocorrido, e informou que a Corregedoria irá investigar o caso e tomar as medidas necessárias.