Foto: Arquivo / Cidadeverde.com
Por Adriana Magalhães e Roberto Araujo
O preço da passagem do transporte intermunicipal foi reajustado em 9,45% neste mês de fevereiro. Em junho, as passagens devem sofrer um novo reajuste, desta vez de 6,98%.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, que vigorou entre março de 2020 e maio de 2023, os valores não foram reajustados neste período.
No trajeto entre Teresina e Campo Maior, por exemplo, antes do reajuste a passagem custava R$ 17, após o aumento a passagem passou a ser vendida por R$ 19.
Um passageiro que se desloca de Campo Maior a Teresina para trabalhar disse ao Cidadeverde.com que com o reajuste está ficando impraticável trabalhar na capital. Campo Maior fica localizada no Norte do Piauí, a 80 quilômetros de Teresina.
"Antes, por semana eu gastava R$ 170, agora gasto R$ 190. No final do mês a diferença pode chegar a R$ 100. A sorte que é não preciso utilizar coletivo ou transporte por aplicativo em Teresina, porque já desço do ônibus perto do meu trabalho. Para quem precisa se movimentar no transporte coletivo dentro de Teresina fica sem condições de continuar trabalhando aqui", disse o trabalhador.
A viagem de Teresina a Monsenhor Gil, distante 60 quilômetros ao sul de Teresina, a passagem no transporte intermunicipal custava entre R$ 10 e R$ 11, a depender da empresa escolhida pelo passageiro. Após o reajuste, os valores passaram a variar entre R$ 13 e R$ 15.
Aumento da tarifa
De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiros do Estado do Piauí (Sineonibus), a Secretaria de Estado de Transportes (Setrans) é a responsável por regulamentar o valor da tarifa, que é calculada com base em índices estabelecidos pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
Foto: Arquivo Cidadeverde.com
No entanto, com a pandemia, o valor foi congelado, sendo que agora está sendo estabelecido um novo valor, mas ainda sem equiparar com os índices da ANTT.
Segundo o presidente do Sineonibus, Francisco Arêa Leão, o reajuste era necessário porque as empresas estavam tendo prejuízos.
"O que aumentou em três anos só no diesel, que está quase R$ 6. Pega o óleo diesel anos atrás, era R$ 3 para R$ 4. Teve um aumento absurdo, então as empresas precisam arrecadar para manter a frota renovada, com carro revisado e rodando, e tem que ter lucro. Como é que paga pessoal, imposto, são coisas que às vezes o passageiro acha que não é para ter, mas se não tiver, pior que vai ficar sem transporte", disse.
O empresário disse, ainda, que mesmo após o fim da pandemia, as empresas foram impactadas com uma redução no número de passageiros por conta de veículos não regulamentados.
"Diminuiu muito, mas eu digo em torno de 30%, porque as empresas tiveram que diminuir a quantidade de horário porque não tinha a demanda anteriormente. O pessoal aprendeu a comprar na internet, veio o pix, que não precisa mais sacar dinheiro, e isso aumentou o número de carros clandestinos que é uma coisa que o governo tem que controlar, coibir, e isso tudo vai intervindo na administração da empresa", falou.