terça-feira, 30 de setembro de 2014

STF não consegue citar W.Dias para que se defenda no 'Caso Algodões'


STF não consegue citar W.Dias para que se defenda no 'Caso Algodões'

Wellington Dias foi questionado sobre quando iria dar uma satisfação ao Supremo

O Supremo Tribunal Federal (STF) não conseguiu localizar o candidato ao governo do Piauí, senador Wellington Dias (PT), para citá-lo na Ação Penal Nº 866. A ação trata da acusação por homicídio culposo contra o parlamentar devido à tragédia da Barragem de Algodões.

O STF mandou citar o candidato pelo PT para que ele se pronuncie a respeito dos fatos existentes na AP. Wellington Dias é acusado de ter responsabilidade na morte de nove pessoas quando do fatídico acontecimento ocorrido em 2009, em ação movida pelo Ministério Público.

O mandato, no entanto, não foi cumprido, segundo informações da mais alta Corte do Judiciário brasileiro. A devolução do mandato de citação endereçado ao senador foi juntada no processo no último dia 16 de setembro.
“Juntada de mandado de citação não cumprido. (Em 16/09/2014) Do Senador da República, José Wellington Barroso de Araújo Dias”, traz o site do STF.
pros_.jpg
No debate ocorrido na TV Cidade Verde, Wellington Dias foi questionado sobre quando iria dar uma satisfação ao Supremo Tribunal Federal, mas não respondeu. O mandato de citação foi expedido por ordem do ministro relator, o decano Celso de Mello. O despacho foi publicado no dia 8 de setembro no Diário de Justiça Eletrônico (DJE)
No documento, o ministro determina ainda que sejam extraídas “cartas de ordem, a serem encaminhadas aos Juízes de Direto dos Estados do Piauí e do Ceará, por intermédio da Presidência dos respectivos Tribunais de Justiça, a quem o feito couber por distribuição, para realizar a citação dos corréus do engenheiro Luiz Hernani de Carvalho e da ex-toda poderosa da Emgerpi, Lucile Moura”.

O ministro revisor da AP Nº 866 é Marco Aurélio.

NO PERÍODO ELEITORAL
Coincidentemente, a Ação Penal que acusa o senador petista de homicídio ganha importante movimentação justamente durante o período eleitoral. Wellington Dias tem falado que o uso da tragédia em época de campanha é “oportunista” e “eleitoreira”. Mas desta vez foi a mais alta Corte do Judiciário brasileiro que trouxe à tona o assunto ao dar continuidade ao andamento do processo.
ministro_a.jpg
A Ação Penal começou a tramitar em novembro de 2011. Nela Wellington Dias responde por homicídio culposo, quando não tem intenção de matar. O petista, à época da tragédia, em 2009, era governador do estado, e após parecer técnico do engenheiro responsável mandou as pessoas voltarem para suas residências, afastando o risco de estouro da barragem. A tragédia anunciada se concretizou e tornou o Piauí um centro de atenção da imprensa nacional.
Até hoje as famílias vítimas da tragédia nunca foram indenizadas e Wellington Dias é visto pelas pessoas envolvidas no descaso público como o principal responsável pelas radicais mudanças em suas vidas.
WELLINGTON PEDIU VOTO A VÍTIMAS DA BARRAGEM
O candidato Wellington Dias esteve já nesta eleição no município de Cocal e chegou a pedir votos a membros das famílias vítimas da barragem. Ele não visitou os assentamentos, mas encontrou-se com vítimas da tragédia quando visitava, em um domingo, a feira matinal de Cocal. A visita do petista ao município para pedir votos causou revolta em muitas pessoas da cidade. Na caminhada pela feira ele chegou a ser vaiado e confrontado.
Uma das pessoas a quem W. Dias pediu voto foi à dona Maria de Fátima, que perdeu duas filhas na tragédia, uma de 11, Francisca Maria, e outra de 16 anos, Maria Alessandra; e ainda hoje sonha com elas e lamenta a morte prematura das irmãs.
Dona Fátima, que vive de vender hortaliças na feira de Cocal, estava presente quando a comitiva de Wellington passou. Ela teve que ser forte para suportar uma situação inesperada. Foi abordada pelo senador petista. "Falei com ele e tudo, mas só eu e Deus sabem como me senti. Por que eu perdi minhas filhas porque ele mandou a gente voltar", afirmou.
Em uma gravação feita pelo 180, Maria de Fátima foi mais enfática. "No domingo o senador Wellington Dias esteve na feira falando com todo mundo. Teve lá até um senhor que disse umas verdades para ele. (...). E ele falando com todo mundo eu estendi minha mão para ele por educação, mas só eu e Deus sabem a mágoa, a dor que eu estava sentindo. Porque ele estava no poder quando aconteceu e não fez nada por a gente. E até hoje não fez nada por a gente e agora anda atrás de voto", tascou.

fonte 180graus.com