quinta-feira, 9 de abril de 2015

Estudantes universitários caem em 'Golpe da Revista' e ficam com dívidas


Estudantes universitários caem em 'Golpe da Revista' e ficam com dívidas

Vendedores oferecem brindes, mas alguns meses depois as cobranças começam a chegar.

Estudantes da Universidade Federal do Piauí em Parnaíba denunciam a ocorrência de golpes que estão sendo aplicados na porta da instituição. Segundo eles, o 'Golpe da Revista', ação pela qual são enganados recebendo revistas de 'brinde', é recorrente e causa vários danos as vítimas.
O golpe é aplicado principalmente em universidades e aeroportos. Jeferson Souza, um dos estudantes que foi vítima, conta como foi abordado. "Eles mostram várias revistas da editora e botam uma na sua mão, dizem que existe uma parceria com algum cartão de crédito e assim você ganha um brinde", relata 
Os vendedores pedem para conferir os dados do cartão e acabam copiando as informações. "Eles pegaram meu cartão e rasparam em uma folha que fica marcado os dados, uma especie de clonagem. A partir da cópia dos dados, uma assinatura ilegal é feita pelos vendedores sem que a vítima tome conhecimento", afirma o estudante. 
Segundo Jeferson, ele foi questionado sobre quais as revistas mais gostava e "Depois explicaram quanto sairia a assinatura e eu disse que não queria. Mesmo assim, afirmaram que eu ganharia dois exemplares gratuitos", conta Jeferson.  Os brindes, na verdade se tornaram dívidas no cartão dele. 
O estudante ainda conta que a revista é de edições antigas e que os vendedores afirmam que nenhuma cobrança será feita.  "Mandei e-mail pra editora e nunca me responderam, tentei ligar pra cancelar mas disseram que meu nome só iria entrar no sistema com mais de 20 dias. O cancelamento só podia ser feito depois de 4 mensalidades pagas", desabafa. 
Um dos estudantes que foi abordado pelos vendedores suspeitou da ação e não cedeu o cartão para verificar a 'parceria' com a editora. " Vi várias pessoas serem enganadas e no fim, chega uma fatura na casa deles, como se tivessem feito a assinatura da revista", conta Anderson Freitas. 
O estudante que suspeitou da ação informou aos seguranças da universidade, que fizeram a abordagem nos supostos golpistas. "Eles andam em um carro celta, pegamos os dados. Depois que os vigias foram saber do que se tratava, eles recolheram todo o material e foram embora", conta Anderson.
Segundo  Campelo Júnior, conciliador do Procon, diversas editoras aplicam esse golpe e o consumidor deve ir atrás de seus direitos. "A abordagem é sempre a mesma e muitas reclamações já foram catalogadas aqui. Isso acarreta em multa, estorno do dinheiro e processos. O principal foco desses vendedores são as universidades", esclarece o conciliador. 
Se a empresa não suspender as cobranças, as vítimas também podem requerer indenização por danos morais. Após cair no golpe, Jeferson Souza procurou seus direitos. "Eu entrei em contato com a editora mas, como não fui respondido , entrei com uma ação no Procon. Na audiência me propuseram o ressarcimento do dinheiro. Eu já queria me ver livre do tormento e aceitei. Muitas pessoas já foram lesadas por isso, é inadmissível", finaliza o estudante.

fonte portal o dia