Moradores bloqueiam BR-316 por quatro horas em protesto contra alagamentos
Máquinas abriram canais alternativos para escoamento da água. Secretário de obras planeja galeria no local.
Após quatro horas de bloqueio, a BR-316 foi liberada pela Polícia Rodoviária Federal - PRF de Picos.
De acordo com o secretário de Obras de Picos, Iata Rodrigues, que esteve no local negociando com os moradores, três máquinas fazem a abertura de um canal alternativo para o escoamento da água. Ele informou que este é um plano emergencial para amenizar a situação, mas que busca recursos para uma obra maior que que suporte a vazão da água.
Segundo Iata, por falta de escoamento, a BR está funcionando como uma parede que aprisiona toda a água, que acaba inundando as ruas e casas da região do bairro Junco. Uma autorização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é necessária para que a obra seja feita, já que a galeria deve atravessar a rodovia.
As famílias afetadas estão sendo cadastradas pela Defesa Civil, para que seja feito o levantamento dos prejuízos e de locais denominados como área de risco.
Matéria inicial
Moradores da cidade de Picos, a 310 km de Teresina, bloqueiam o trecho da BR-316 que corta a cidade na manhã de hoje (08), em protesto aos alagamentos sofridos após as chuvas dos últimos dias. Com a rodovia fechada, o congestionamento do local já chega a mais de 5km.
De acordo com a picoense Elaine Barbosa, os moradores alegam que os alagamentos são causados por uma construção de um posto de combustível e por causa de outras obras. Vários moradores tiveram perdas materiais, e houve residências em que a água atingiu quase 1 metro de altura. Uma chuva que durou quase toda a madrugada desta sexta-feira (08) agravou a situação deixada pelas últimas chuvas.
Segundo Clebson Peres, morador do bairro Junco, cerca de 70 casas estão prejudicadas e os moradores não vão sair enquanto não resolverem o problema do escoamento da água, que se agrava após cada chuva.
"Já choveu ontem e encheu, e choveu de novo. Já perdemos casa, carro, moto, e móveis, e nós não vamos sair enquanto não resolverem o problema. Fizeram uma construção de um posto aqui, e colocaram bueiros pequenos que não estão suportando a vazão da água. No tempo que estavam construindo, muitos moradores reclamaram, foram atrás, mas não resolveram e deixaram construir. Aqui são quase 70 casas afetadas. Bueiros entupidos, e já disseram que tem projeto para construir um córrego aqui, mas nunca fizeram", relatou.
Um deslizamento de terra também foi registrado após as chuvas, na rua Bela Vista, Bairro São Vicente.
Na última quarta-feira (06), após duas horas ininterruptas de chuva durante a manhã, a situação já estava complicada, com várias ruas completamente alagadas. Alguns moradores tiveram que retirar móveis e outros objetos de valor de suas casas que foram invadidas pela lama que restou depois do temporal.
Um dos pontos mais afetados da cidade foi a Avenida Getúlio Vargas, na zona Sul do município. Além da Avenida, os pontos mais baixos de Picos também ficaram alagados, a exemplo da Rua Monsenhor Hipólito, Rua do Cruzeiro, Rua Presidente, Castelo Branco e Avenida Deputado Sá Urtiga.
