Criminosos passaram meses investigando a vida dos funcionários da Servi-San
Quadrilha fugiu do Piauí de avião
O assalto realizado a empresa Servi-San estava sendo planejado há pelo menos três meses. A informação foi confirmada pelo delegado geral de Polícia Civil, Riedel Batista. Uma das ações utilizadas pelos criminosos foi revelar detalhes da vida dos funcionários durante o assalto para evitar que alguém dentro da empresa reagisse.
A polícia ainda não identificou a mulher envolvida no crime, que teria passado meses frequentando um salão de beleza de propriedade da mulher do gerente tomado de refém.
De acordo com o secretário Fábio Abreu, as investigações irão demorar a apresentar algum resultado. A empresa ainda não contabilizou quanto foi levado pelos criminosos.
Polícia acredita que quadrilha que realizou assalto na Servi-San fugiu do Piauí de avião
A polícia suspeita que o bando que realizou o assalto na empresa Servi-San fugiu em um avião. De acordo com a Greco, o local onde os carros utilizados no assalto foram abandonados próximo a uma pista de pouso. A tese é reforçado por testemunhas que afirmam que os criminosos possuíam sotaque de outros estados, possivelmente São Paulo. A informação foi confirmada na manhã desta segunda-feira (12) pelo delegado Carlos César, coordenador do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), durante coletiva de imprensa.
A polícia não sabe quantas pessoas estão envolvidas no assalto, apenas que mais de 20 pessoas teriam participado. Os criminosos usaram durante toda a ação, capuz e luvas, o que impede a identificação. Apenas uma mulher com sotaque paulista pode ter sua identidade descoberta, já que ela foi vista colhendo informações para o assalto. O envolvimento de um funcionário da empresa foi descoberto através das câmeras de segurança de uma escola onde ele trabalhava como vigilante.
Delegado Carlos César e secretário de Segurança Fábio Abreu
De acordo com o delegado, o funcionário foi identificado como Feliciano Mendes Sousa Filho e trabalhava também como vigilante na Unidade Escolar Maria Soares, bairro Pio XII. Em depoimento, Feliciano relatou que foi sequestrado na porta da unidade escolar.
“Teoricamente o primeiro sequestro teria sido do Feliciano. Primeiramente foram lá e pegaram ele no colégio que ele trabalha no sábado à noite. Teria forçado ele a ir junto, pegando de refém ainda a sua esposa e filho. Depois teriam feito a ação de levar a esposa do Cruz [outro gerente da Servi San] que estava em casa com uma filha e depois partiram para um sítio em Timon onde sequestraram o Cruz e o resto da família”, afirmou o delegado Carlos César.
A Polícia analisou as câmeras de segurança da escola e concluiu que não houve indícios de sequestros. “No colégio tinha uma câmera e ela captou imagens dele entrando espontaneamente no veículo Duster, utilizado pela quadrilha e que depois foi abandonado. E isso chamou a atenção dos investigadores, vimos claramente que ele estava mentindo. Isso foi uma das provas principais para desconstruir toda a história que ele tinha inventado”, disse.
Feliciano confessou que sabia de toda a ação e que o bando teria oferecido a quantia de R$ 200 mil para que ele participasse do assalto. “Ele disse que tinha inventado essa história porque ele estaria tendo um relacionamento amoroso com uma mulher do bando e que tava com medo da esposa descobrir. Mas também era outra versão furada, as coisas não batiam. Levado para fazer o retrato falado, ele acabou confirmando que teria realmente um relacionamento amoroso com essa mulher. Ela pediu ajuda para ele emitir um diploma e acabaram se aproximando e depois ela acabou confessando que queria mesmo era assaltar a Servi-San. Ele alega ainda que foi ameaçado para não contar e que teria recebido uma proposta de receber um ‘bônus’ em torno de R$ 200 mil para participar da ação, explicou o delegado.
Segundo o secretário de Segurança, Fábio Abreu, a mulher mencionada por Feliciano foi a responsável por averiguar a residência do outro gerente da Servi-San. “Essa mesma mulher teve acesso a casa do Cruz, através de um salão de beleza que tem lá. Ela averigou tudo que acontecia e quem morava. Observaram que ela tem um sotaque paulista”, completou.
Para auxiliar as investigações do crime, Fábio Abreu instaurou uma portaria nesta segunda-feira, nomeando Laércio Evangelista como o sexto delegado da Greco. “A Greco tem cinco delegados, com ele será seis. O Laércio vai auxiliar não só nesse roubo, mas também de outros crimes de assalto a caixas eletrônicos. Ele começa a atuar hoje mesmo”, concluiu o secretário.
Funcionário da Servi-San é preso suspeito de envolvimento em assalto na empresa
Um funcionário da Servi-San foi preso na madrugada desta segunda-feira (12), suspeito de ter participação no assalto ocorrido ontem na empresa. Segundo informações da Secretaria de Segurança, o funcionário teria fingido ser refém para colaborar com a ação dos bandidos.
“O GRECO foi acionado e deu início às diligências, investigando o caminho feito pela quadrilha e as imagens de câmeras de segurança. Com isso a equipe conseguiu chegar à conclusão de que o funcionário estaria colaborando com a ação dos criminosos como, por exemplo, entrando voluntariamente no veículo utilizado pelos bandidos”, disse o secretário de Segurança, Fábio Abreu.
Durante a ação da quadrilha, um outro funcionário da empresa que é chefe de monitoramento foi levado juntamente com o funcionário como refém, mas que, segundo Fábio Abreu, não tinha conhecimento sobre o crime. Ainda de acordo com o secretário há algumas contradições entre o depoimento do funcionário preso e as imagens captadas.
A prisão ocorreu por volta das 02h da manhã de hoje. O funcionário, que ainda não teve o nome revelado, confessou o crime e está detido na sede do GRECO.
Entenda o caso
Cerca de 20 homens encapuzados realizaram o que pode ser o maior assalto feito no Piauí. Na manhã do último domingo (11), o grupo levou mais de R$ 10 milhões de reais da empresa de segurança Servi-San.
De acordo com informações apuradas pelo Portal AZ, o grupo fez o inspetor de segurança da empresa e sua família de reféns na noite de sábado (10). As vítimas foram levadas para uma chácara e mantidos reféns.
Ao amanhecer, os criminosos levaram o funcionário da Servi-San e sua família para a sede da empresa, que fica localizada na Avenida Miguel Rosa, zona sul de Teresina. Eles entraram e levaram uma quantia, que até o momento ultrapassa R$ 10 milhões.
Logo após a ação criminosa os reféns foram liberados.
fonte www.portalaz.com.br