Pescadores temem atrasos no pagamento do seguro-defeso durante a piracema
Para manter as vendas, os pescadores apelam para o comércio de peixes em cativeiro
Pescadores que atuam na região do bairro Poti Velho temem atrasos no pagamento do seguro-defeso 2016/2017. O benefício é pago em quatro parcelas, de um salário mínimo cada, durante os quatro meses da piracema, quando as atividades de pesca são proibidas. No Piauí, o fenômeno acontece entre os meses de dezembro e março, mas o temor dos pescadores é que os pagamentos não sejam realizados corretamente, como aconteceu no ano passado.
“Até hoje, tem pescador que não recebeu nenhuma parcela do ano passado. É uma situação muito complicada, porque tiramos o nosso sustento disso, da pesca. Nessa época do ano, não podemos trabalhar, porque a fiscalização vem e toma todo o nosso material”, desabafa o pescador Francisco Ribeiro.
O pescador Francisco ribeiro revela que alguns pescadores não receberam as parcela do ano passado (Foto: Assis Fernandes/O Dia)
Para tentar manter as vendas, os pescadores precisam apelar para o comércio de peixes criados em cativeiro, o que representa prejuízos financeiros para quem depende da atividade. “Mesmo que a gente queira pescar, nessa época é mais difícil conseguir pegar algum peixe, porque eles estão desovando e ficam escondidos. Esse dinheiro do seguro deveria servir para manter a nossa família nesse período, mas, todos os anos, chega atrasado. O que um pai de família vai fazer? ”, questiona o pescador.
Para tentar evitar atrasos no pagamento do benefício, o Sindicato dos Pescadores de Teresina já iniciou o cadastro e o recebimento da documentação necessária. A ideia é antecipar o encaminhamento dessas informações ao INSS, para que os pescadores não esperem muito tempo para receber o dinheiro.
“Estamos começando a realizar o agendamento para o pescador dar entrada no seguro. No ano passado, o pagamento do benefício atrasou bastante em todo o Brasil. Este ano, a Previdência já informou pra gente que o seguro vai ser pago”, destaca o presidente do Sindicato dos Pescadores de Teresina, Francisco José de Aquino.
Pesca ilegal
Segundo ele, mesmo após o início do período do defeso, grande parte dos pescadores ainda continua realizando atividade, com medo de, mais uma vez, ficar sem o benefício. “O sustento do pescador é o rio. Se ele não pescar, como vai manter a família. É uma situação complicada”, avalia