"Paciente que sabe o dia de ser atendido não fica à mercê de atravessadores"
O Dia conversou com Sílvio Mendes, que retorna à gestão pública na Fundação Municipal de Saúde.
O DIA conversou com Sílvio Mendes, ex-prefeito que retorna a gestão pública após ter sido candidato a governador em 2010 e a vice-governador em 2014. A partir de janeiro, ele vai comandar a Fundação Municipal de Saúde Teresina, de onde saiu para ser prefeito da capital em 2004.
Ao O DIA, ele negou interesse em ser candidato a uma vaga ao parlamento, disse que nunca foi bem compreendido pela população por ter aceitado ser vice de Zé Filho e traçou planos para sua gestão na Fundação. Sílvio Mendes também defendeu o princípio da PEC do Teto dos Gastos Públicos e negou que tenha condicionado a ida a Fundação de Saúde à reestruturação das pastas da saúde na capital.
O DIA: Em 2014 o senhor participou das eleições como vice-governador na chapa encabeçada por Zé Filho. Como o senhor avaliou aquele processo eleitoral?
"Não me desiludiu, foi um aprendizado", diz Silvio sobre a carreira política (Foto: Elias Fontinele/O Dia)
Sílvio Mendes: Depois de várias discussões aceitamos fazer alianças com o PMDB, tendo o Marcelo (Castro) como candidato a governador e eu a vice. Com o desenrolar daquele período, o Marcelo Castro percebeu que ele não estava bem na candidatura dele e nós tivemos uma reunião em que invertemos a chapa. Eu virava candidato a governador e ele a vice. E o Zé Filho se articulando ao Governo. Então, num determinado dia ainda nesse período, ninguém sabia desse acordo que eu tinha com o Marcelo, nós fomos convidados ao apartamento do então deputado Kleber Eulálio, essa é uma história ainda não dita. Estavam na reunião o Kleber Eulálio, José Filho, eu, Firmino Filho, Wilson Martins e o Marcelo Castro. Lá o Zé Filho manifestou a vontade e o direito de ser candidato a governador. Fez os argumentos e o Marcelo Castro ficou calado, não se manifestou. Eu acho que foi o grande erro dele. Se naquele momento tivesse dito que a gente tinha um acordo, acho que a história seria diferente. Ele ficou em silêncio, o Wilson Martins concordou com o Zé Filho e a pessoa mais sincera foi o Firmino, que disse que era uma eleição praticamente impossível, contra o favorito que era o Wellington, não tínhamos as chances de vencer. Resolveram chamar os outros partidos aliados, foram chamados e compareceram lá o Júlio César, Flávio Nogueira e Osmar Júnior, todos concordaram que o candidato era o Zé Filho. Para muitos, é mais fácil ser candidato a deputado estando ao lado do governo, que foi o que aconteceu.