quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Promotora declara apoio à jornalista após vir a público caso de 'assédio'

Promotora declara apoio à jornalista após vir a público caso de 'assédio'

'Sinto-me na obrigação de publicar apoio irrestrito a qualquer vítima e em especial a Ranielle Leal'

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- Mais posicionamento: "Foi extremamente assustador, perturbador e uma manifestação máxima da hipocrisia, jornalistas - que deveriam vigiar as autoridades públicas, e não bajulá-las -, chegarem a rechaçar a divulgação dos fatos, mesmo diante do também fato de uma mulher, independente de ser jornalista, ter sofrido intenso assédio. Que profissionais são esses? Por isso é possível entender porque muitos disseram que vão desistir da profissão. Realmente não são dignos dela... não são dignos dela".___________________
Até que enfim, de público, um membro do Ministério Público do Estado do Piauí, uma das principais instituições de um Estado Democrático de Direito, se manifestou em apoio à ex-coordenadora de Comunicação da instituição Ranielle Leal.
A jornalista, por cerca de oito meses, foi intensamente perseguida e assediada pelo promotor Fernando Santos, que nega ter exercido tal prática, embora tivesse criado um perfil falso no Facebook para monitorá-la e cercá-la, denominado de Alena Frazão.
A promotora de Justiça que manifestou apoio à jornalista, escritora, mestre, professora... e acima de tudo mulher, foi Ana Isabel Dias.
Em postagem no Facebook, ela diz: “como mulher, e como promotora de Justiça sempre defendo a causa do combate à violência contra a mulher, pois isso aprendi dentro da minha instituição, a qual me dedico há mais de 18 anos".
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APOIO IRRESTRITO E TOTAL
E continua: “Sinto-me na obrigação de publicar meu apoio irrestrito e total a qualquer vítima, e em especial a Ranielle Leal, profissional exemplar, jornalista que prestou serviços de alta qualificação ao MPPI”.
SILÊNCIO
Nem o Ministério Público, nem a associação dos promotores se manifestaram até agora. A um outro portal, Fernando Santos chegou a atribuir a divulgação do caso à sua atuação no combate ao aumento das passagens de ônibus.
Na verdade, promotor sempre está investigando algo, presumi-se. A relação com a divulgação do processo não faz sentido.
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QUE 'IMPRENSA' local É ESSA?
Por RR
Um dos detalhes que chamou atenção nesse caso foi o posicionamento de vários jornalistas, até mesmo mulheres, ao ficarem perplexos com a divulgação dos fatos, e os meios de comunicação silenciarem sobre eles. É algo que leva tempos para entender, a não ser se a análise for feita sob a ótica da mediocridade profissional de alguns muitos da categoria. Foi extremamente assustador, perturbador e uma manifestação máxima da hipocrisia, jornalistas - que deveriam vigiar as autoridades públicas, e não bajulá-las -, chegarem a rechaçar a divulgação dos fatos, mesmo diante do também fato de uma mulher, independente de ser jornalista, ter sofrido intenso assédio numa repartição pública. Que profissionais são esses? Por isso é possível entender porque muitos disseram que vão desistir da profissão. Realmente não são dignos dela... não são dignos dela. Não se trata de uma caça às bruxas, mas da defesa de valores. E um profissional de imprensa que não defende valores, ainda que tenha que remar contra a maré, realmente não parece ser digno da profissão. Outra: por que a vítima tem que se envergonhar do que ocorreu, ou sentir medo disso? Pelo contrário. Ela deu um exemplo a muitas mulheres que passam ou que possam a vir passar pela mesma situação. Algumas até em situação pior, porque não encontram apoio nem do marido em casa.

fonte 180graus.com