Transcerrados tem '150 quilômetros de buracos' e encarece escoamento
O drama dos caminhoneiros pesa no orçamento dos produtores também
As chuvas vêm fazendo sua parte no cerrado piauiense. A fartura é resultado do aumento da área plantada, como mostra reportagem do Globo Rural. No cerrado piauiense, a área de cultivo passou, de 1,2 milhão hectares ano passado, para 1,4 milhão hectares este ano. O grande problema está no escoamento da produção.
Na fazenda Guajuvira, na cidade de Uruçuí, a 450 km de Teresina. Feliz da vida, Enéas mostra parte dos 500 hectares de arroz, 3 hectares mil de soja e 3 mil de milho que deve colher este ano.
Com as chuvas ajudando, os produtores do cerrado piauiense não estão perdendo tempo . Logo depois que as colheitadeiras passam retirando a soja do campo, na mesma área, aproveitam a chamada palhada da soja, e outras máquinas veem adubando e plantando milho. Se tudo continuar correndo direitinho, vai ter colheita em junho deste ano.
Segundo o IBGE, este ano, o Piauí deve colher quase 4 milhões de toneladas de grãos. A maior parte, de soja. 2,1 milhões toneladas; um crescimento de 226%.
Boa parte dessa produção, vai para o mercado asiático. Porém, no Piauí, o problema ainda é fazer esta safra chegar até um porto.
- Fotos: Reprodução/Programa Globo Rural
A principal via de escoamento é a Transcerrado. São 340 km, entre os municípios de Sebastião Leal e Gilbués, até a BR-135. O problema é que, de asfalto mesmo, a estrada não tem 30 km. Daí para frente, 150 quilômetros de buracos.
O drama dos caminhoneiros pesa no orçamento dos produtores também. Quem aceita fazer o serviço cobra o frete mais caro.
