O depoimento do médico Edinaldo Miranda, do Hospital de Urgência de Teresina, é tocante e impressionante: ele diz que cada vez mais, por culpa de adultos, crianças são submetidas a riscos de acidentes graves, que podem comprometer a sua física e mental delas e, em muitos casos, resultar em morte. Dr. Edinaldo faz um apelo simples aos adultos: protejam suas crianças.
Abaixo, a postagem que ele fez em seu perfil no Facebook, para ser lido e percebido como algo da maior importância para todos.
Tomei a liberdade de editar o texto, apenas para facilitar a leitura:
"CADA CRIANÇA QUE MORRE POR BOBAGEM, sem chance de defesa me acaba. Ontem às 23:00 horas fui chamado ao HUT para ver uma criança de 8 anos de idade com uma lesão grave no joelho. Ela havia sido vítima de acidente com motocicleta. Estávamos, eu e o residente de cirurgia pediátrica, Dr. Eduardo, operando essa criança quando, logo após a meia noite, chegou outra criança,a vinda de Floriano, vítima acidental de um tiro por uma espingarda tipo "bate-bucha".
Tinha sido operada lá, onde os colegas heroicamente tinha conseguido conter o sangramento após 4 bolsas de sangue e horas de cirurgia e encaminhada para cá. Infelizmente tinha voltado a sangrar e passamos a madrugada, juntamente com o cirurgião vascular, Dr. Renato Duarte, os anestesistas Dra. Monike e Dr. Leonardo, e toda a equipe de enfermagem e técnicos do centro cirúrgico do HUT, tentando heroicamente salvar essa criança, mas não conseguimos. O tiro foi disparado acidentalmente por um dos irmãos dela, de 12 anos.
No fim de semana passado tivemos que chamar o Corpo de Bombeiros para, literalmente, tirar a cabeça de outra criança de 2 anos de uma panela.
Três exemplos: uma com sequela psicológica, outra física e outra morta.
ATÉ QUANDO ACIDENTES DESSE TIPO CONTINUARÃO ACONTECENDO?
Todo mundo sabe o que fazer para evitá-los mas parece ignorar! Além de famílias destruídas.
Vou dizer o que digo todos os dias na minha casa: criança não tem juízo, tem "cabeça de vento", e os adultos têm que diariamente, num ato contínuo, ir colocando os ensinamentos lá, devagarinho, aos poucos. Durante esse processo temos que eliminar o máximo de factores de risco: motocicletas, armas, objetos sufocantes etc.
Só quem pode salvar as nossas crianças desses acidentes somos nós mesmos. As fotos de duas delas são chocantes e não colocarei aqui, mas a da panela está aí para comprovar!"
